sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Uma verdade absoluta



Uma verdade absoluta

Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18,20)
Por Shigeyuki Nakanose, svd

Após o ano 70 d.C., a intensificação da perseguição dos judeus fariseus e do império romano mergulhou as comunidades dos judeo-cristãos em crise profunda. Uma dessas comunidades foi a de Mateus. O evangelho de mesmo nome surgiu nessa época para orientar a catequese e a vida comunitária a fim de fortalecer a comunidade na fé e na resistência.
 Nasci na ilha de Kaminoshima, em Nagasaki, Japão. É um dos povoados onde surgiu a organização dos kakure kirishitans (“cristãos escondidos”), ou seja, os membros da Igreja Católica Apostólica Romana que estiveram na clandestinidade durante a pesada perseguição de 300 anos.
Com a chegada dos padres portugueses, as atividades missionárias católicas se iniciaram no Japão em 1449. Por volta de 1585, o número dos católicos chegou a 200 mil. Mas o crescimento foi bruscamente interrompido, devido à mudança da política dos governantes japoneses diante da intromissão estrangeira. Iniciou-se a perseguição:
Em 1587, o regente Hideyoshi, revertendo a política de seu predecessor, iniciara pavorosa perseguição ao cristianismo. Ela começou quando vinte e seis padres e fiéis foram punidos em Nishizaka, na região de Nagasaki. Em seguida, cristãos de todo o país foram expulsos de suas moradias, torturados e cruelmente mortos. O xógum Ieyasu deu prosseguimento a essa política, ordenando, em 1614, a expulsão de todos os missionários que estivessem em território japonês (ENDO, 2011, p. 27-28).
Entre 1614 e 1640, cerca de 6 mil cristãos foram martirizados. A história registra muita crueldade na execução de cristãos – por exemplo, a tortura em lavas do vulcão Unzen. Apesar de dura e violenta perseguição, os cristãos escondidos, ou kakure kirishitans, conservaram a fé até 1873, quando o Japão voltou a abrir-se para a atividade religiosa.
Durante a perseguição, os cristãos se registravam, oficialmente, nos respectivos templos do budismo ou do xintoísmo. Cumpriam a ordem de pisar na imagem sagrada de Jesus ou de Maria para se declararem “não cristãos”. Mas, por meio da organização secreta, com a liderança dos anciãos, os kakure kirishitans ministravam o batismo, a eucaristia, o matrimônio etc. e ensinavam o catecismo, transmitindo a fé. Sua organização e liturgia foram adaptadas à tradição e cultura japonesa. Também foram estabelecidas várias normas internas baseadas na tolerância, solidariedade e misericórdia, para fortalecer a unidade e garantir a sobrevivência do grupo. É um modelo de comunidade cristã em situação de risco numa tradição e cultura específica: kakure kirishitans.
O Novo Testamento também registra vários modelos de comunidades cristãs. Uma das comunidades que teriam fortalecido sua organização devido aos conflitos externos e internos foi a “Igreja” de Mateus (Mt 18,17). Após o ano 70 d.C., a intensificação da perseguição dos judeus fariseus com o império romano mergulhou as comunidades dos judeo-cristãos em crise profunda. Surgiu então o Evangelho de Mateus, que orientaria a catequese e a vida comunitária. De modo especial, Mateus 18,15-22 aborda ensinamentos para a vida em comunidade.
1. Conflitos nas comunidades de Mateus
Algum tempo depois da destruição do templo de Jerusalém, os grupos de fariseus ligados ao judaísmo oficial iniciaram uma perseguição sistemática contra os dissidentes do judaísmo, chegando a expulsá-los das sinagogas. Nesse período, uma bênção contra eles, considerados hereges, foi incorporada às 18 bênçãos que os judeus deviam rezar diariamente:
 Para os apóstatas, que não haja esperança. O domínio da arrogância elimina rapidamente em nossos dias. E deixa os nazareus e os minim perecer em um momento. Deixa-os ser apagados do livro da vida. E que não sejam escritos junto com os justos (OVERMAN, 1997, p. 59).
A perseguição do grupo de fariseus atinge os judeo-cristãos que reconhecem e confessam Jesus de Nazaré como o Messias. Para eles, Jesus é o novo Moisés e o verdadeiro intérprete da Torá:
Com efeito, eu vos asseguro que, se a vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás”; aquele que matar terá de responder no tribunal. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal; aquele que chama ao seu irmão “Cretino!” estará sujeito ao julgamento do Sinédrio; aquele que lhe chamar “renegado” terá de responder na geena de fogo (Mt 5,20-22).
A insistência que se encontra aqui é para cortar o mal pela raiz. Mais do que norma, a proposta de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus, é fazer da vida contínuo ato de discernimento da situação em favor dos “pequeninos”. As comunidades de Mateus insistem: Jesus veio cumprir toda a justiça (3,15) e não veio revogar a Lei (5,17). A justiça e a Lei somente são sagradas quando vividas na misericórdia e gerarem a vida em fraternidade.
Nessa perspectiva, escribas e fariseus são acusados de transformar a Lei em mandamentos humanos a serviço dos grupos dirigentes: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (23,23). Com as inúmeras observâncias e costumes, escribas e fariseus, como autoridades do povo judeu, transformavam a Lei em observância mecânica para a promoção pessoal. Ostentavam práticas ritualistas destinadas somente a aumentar seu prestígio como pessoas religiosas. Gostavam de dar esmolas aos pobres em público e vangloriavam-se de suas obras assistenciais e de sua religiosidade.
Após a destruição do templo e o desaparecimento de vários grupos judaicos, como saduceus, essênios, zelotas e sicários, o grupo dos fariseus, ou judeus fariseus, assume a liderança do povo, impõe sua forma de interpretar a Lei, determina quem é puro ou impuro e persegue os dissidentes. Espalha conflitos e sofrimentos que provocam diferentes reações nas pessoas perseguidas. Eis um dos textos exclusivos de Mateus que expressa tal reação aos judeus fariseus:
Condutores cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão. Assim também vós: por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade (Mt 23,24.27-28).
O tom agressivo desse texto testemunha a gravidade do conflito entre os judeo-cristãos e os judeus fariseus. O conflito de irmãos pela interpretação e observância da Lei e da tradição do judaísmo! Sem dúvida, esse conflito obriga os judeo-cristãos a tomar posição cada vez mais forte contra os judeus fariseus, organizar e fortalecer a comunidade ou “Igreja”. É o processo de institucionalização (Mt 16,13-20)! Em comparação com o grupo dos fariseus e sua organização, como a Academia ou o Sinédrio de Jâmnia, reconhecido pelo império romano, dono do poder, as comunidades cristãs eram apenas pequena minoria no mundo greco-romano. A ordem é fortalecer sua identidade e unidade, organizar e reorganizar a Igreja.
O conflito com os judeus fariseus não é a única causa para a necessidade urgente da organização e do fortalecimento de uma comunidade de relações sustentadoras. Em busca da sua identidade no judaísmo, os judeo-cristãos enfrentam também conflitos internos. Há vários modos de interpretar a mensagem e a prática de Jesus de Nazaré. São divergências que provocam até escândalos nas comunidades. Eis um texto que confirma essa realidade:
E aquele que recebe uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim. Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor seria que lhe pendurassem ao pescoço uma pesada mó e fosse precipitado nas profundezas do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! É necessário que haja escândalos, mas ai do homem pelo qual o escândalo vem! (Mt 18,5-7).
Uma das principais causas dos conflitos internos é a tentação de imitar a sociedade greco-romana vigente, onde há competição, busca de acúmulo, prestígio e poder (Mt 4,1-11; 20,20-28). Isso está expresso na pergunta dos discípulos: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” (Mt 18,1). Jesus responde com uma parábola, aproveitando a presença de uma criança – na época, símbolo vivo dos fracos, dos humildes e dos esmagados pela sociedade. Na comunidade cristã, ao contrário da mentalidade greco-romana, o maior é aquele que serve.
A outra causa é a entrada, nas comunidades cristãs, de pessoas não judias, ou estrangeiras, consideradas “gentias”, com suas tradições e costumes diferentes. A imposição da circuncisão aos gentios, por exemplo, gera conflito até entre Pedro, judeo-cristão, e Paulo, judeo-cristão helenista (com a influência da cultura grega), na comunidade de Antioquia. No início do nascimento do cristianismo, temos o seguinte registro:
Mas quando Cefas (Pedro) veio a Antioquia, eu o enfrentei abertamente, porque ele se tornara digno de censura. Com efeito, antes de chegarem alguns vindos da parte de Tiago, ele comia com os gentios, mas, quando chegaram, ele se subtraía e andava retraído, com medo dos circuncisos. Os outros judeus começaram também a fingir junto com ele, a tal ponto que até Barnabé se deixou levar pela sua hipocrisia (Gl 2,11-13).
Essa polêmica continua presente nas comunidades de Mateus, nas quais a maioria dos membros são judeus, mas também há a presença de gentios. A resistência dos judeo-cristãos contra a abertura aos gentios persiste e provoca problemas de relacionamento. O Evangelho de Mateus lembra a abertura de Jesus para os gentios e para os pecadores: “Deus faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons, e cair a chuva sobre justos e injustos” (5,45; cf. 9,10-13).
Como as comunidades de Mateus seguem Jesus em circunstâncias diferentes? De que forma enfrentam conflitos externos e internos para manter a identidade e a unidade das comunidades? O discurso de Mt 18,1-35 trata da vivência comunitária. Em especial, os versículos 15-22 estabelecem a atitude fundamental na vida comunitária: a correção fraterna, o perdão das ofensas e a oração em comum.
 2. A correção fraterna e o perdão
Em nossa vida e em nossas comunidades, quase sempre enfrentamos a dificuldade de perdoar e aceitar os próprios limites, como também os das pessoas com as quais convivemos. Perdoar é resgatar a relação com o outro quando o vínculo foi quebrado por alguma ofensa. É um processo difícil, que exige amor, desprendimento e liberdade interior. As comunidades de Mateus apresentam algumas orientações sobre a maneira de se relacionar com os membros que estão se desviando. Vejamos os passos indicados:
a) “Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir, ganhaste teu irmão” (Mt 18,15). Na comunidade, o vínculo que une os membros entre si é fazer a vontade do Pai: “aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12,50). Além do termo irmão, o Evangelho de Mateus, de maneira carinhosa, chama os membros da comunidade de “criança” e “pequenino”. O cuidado recíproco é fundamental. É preciso ir ao encontro da pessoa que está se desviando e não ficar esperando de braços cruzados. Quando se trata de restabelecer as relações, não importa se o outro errou, o que importa é a atitude de acolhida e misericórdia. É sair e ir ao encontro da pessoa que errou, para ajudá-la a retomar o caminho. A atitude de corrigir o irmão em particular demonstra respeito e compreensão. Ninguém gosta de ver seus defeitos apontados na frente de outras pessoas. Na conversa pessoal, há grande possibilidade de a pessoa que fez a ofensa ouvir. Nesse sentido, ouvir implica a percepção do próprio limite e o arrependimento. A expressão ganhar o irmão pode ter o sentido de trazê-lo de volta para o grupo. Diante da realidade nascente das primeiras comunidades cristãs e da descrença, muitos membros estavam abandonando o seguimento de Jesus. Portanto, o objetivo é que a pessoa reafirme a sua caminhada e o seu compromisso na comunidade.
b) Conversar com o irmão na presença de testemunhas: se a primeira tentativa de ir ao encontro do irmão for em vão, a pessoa ofendida não deve desistir. Porém, na segunda vez, a recomendação é ir ao encontro dele com a presença de duas ou três testemunhas. Este é um princípio legal que consta na Lei judaica: “Uma única testemunha não é suficiente contra alguém, em qualquer caso de iniquidade ou de pecado que houver cometido. A causa será estabelecida pelo depoimento pessoal de duas ou três testemunhas” (Dt 19,15; 17,6-7).
c) “Caso não lhe der ouvido, dize-o à Igreja” (Mt 18,17). As possibilidades de conversão não se esgotam. É mais uma tentativa de reconciliação sem aplicar medidas punitivas. E se a pessoa ainda persistir no erro, deverá ser considerada como “gentia” ou “publicana”.
Quem eram os gentios e os publicanos? No Evangelho de Mateus, vemos Jesus ao lado desses dois grupos: por exemplo, ele chama um cobrador de impostos para segui-lo (Mt 9,9), come com publicanos e pecadores. E ao ser questionado sobre o seu comportamento, Jesus responde: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, e sim os doentes. Ide, pois, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia é o que eu quero, e não o sacrifício’. Com efeito, eu não vim chamar os justos, mas pecadores” (Mt 9,10.12-13). Proclama que ele é o servo para todas as nações: “Porei o meu espírito sobre ele e ele anunciará o direito às nações” (Mt 12,18). Tratar o pecador como gentio ou publicano é continuar insistindo para que volte a fazer parte do grupo. A missão de Jesus e da comunidade cristã é voltada para gentios e publicanos.
Ao terminar de apresentar a maneira de agir com o pecador, o texto apresenta duas sentenças introduzidas pela expressão “em verdade”, o que indica o grau de importância do que será dito. A primeira afirma que a ação da comunidade é confirmada por Deus, e a segunda garante a presença do Ressuscitado na comunidade: “Em verdade, vos digo: tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18,18). A autoridade é atribuída à comunidade ou ecclesia, a assembleia das pessoas seguidoras de Jesus como Messias. Em Mt 16,19, há uma afirmação semelhante referindo-se a Pedro. Esses versículos dão a máxima autoridade a Pedro e à comunidade. Diante da insegurança e da instabilidade vivenciadas pelas comunidades nos conflitos com a sinagoga e com o império romano, o Evangelho de Mateus reforça que o poder da comunidade e de seus líderes ultrapassa os poderes existentes.
A autoridade da comunidade vem de Deus e o lugar de sua ação é a comunidade reunida: “Em verdade vos digo ainda: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18,19-20). A comunidade é o lugar da presença de Jesus. É a prática da oração comum que os une e transmite a certeza de que o Pai atende às suas necessidades.
            Qual o limite para perdoar o irmão? Pedro, que sempre aparece como porta-voz da comunidade, pergunta a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes!” (Mt 18,21-22). Não há limites para perdoar o irmão. O esforço para perdoar deve ser constante. O número sete pode indicar plenitude ou totalidade. Portanto, mesmo que as ofensas sejam numerosas, o perdão deve ser maior ainda. A solidariedade, a misericórdia, a inclusão e o compromisso com a reconciliação são exigências para as comunidades cristãs de todos os tempos.
3. Diferentes modelos de comunidades cristãs
Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus (Mt 16,18-19).
Nesse texto exclusivo desse evangelho, a figura de Pedro ganha supremacia à frente das comunidades de Mateus, oriundas do judaísmo, que estavam em oposição aos judeus fariseus por volta do ano 85 d.C. O conflito severo e até arrasador talvez tenha induzido as comunidades de Mateus a fortalecer sua unidade e organização: Pedro, com autoridade, tem em suas mãos as chaves do Reino de Deus. Ele é apresentado como chefe supremo para ligar e desligar do Reino, ou seja, admitir e excluir das comunidades. No processo de institucionalização das comunidades cristãs, aconteceu o fortalecimento da autoridade.
Há outros sinais de fortalecimento da organização das comunidades de Mateus. Por exemplo, entre os evangelhos, somente Mateus utiliza o termo ecclesia (termo que, no grego, significa assembleia e depois será traduzido como Igreja: Mt 16,18; 18,17), com certo grau de organização: poder de julgar, perdoar e condenar (Mt 16,19), direito de excluir ou excomungar (Mt 18,17-20), de se reunir para celebrar a ceia do Senhor (Mt 26,26-29), de batizar (Mt 28,19) etc. Um modelo mais estruturado de Igreja!
Ao ler o Novo Testamento ou Segundo Testamento, é evidente que encontramos diversidade de realidades, preocupações e modelos de comunidades cristãs. Eis aqui alguns exemplos:
a) Diversidade e unidade na comunidade cristã de Corinto:
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos (1Cor 12,4-7).
A comunidade cristã de Corinto é formada por pobres e ricos, provenientes de diferentes etnias e culturas. Uma comunidade que enfrenta divisões e rixas internas nos anos 50 d.C.: “‘Eu sou de Paulo!’, ou ‘Eu sou de Apolo!’, ou ‘Eu sou de Cefas’, ou ‘Eu sou de Cristo!’” (1Cor 1,12; cf. 1Cor 11,17-34). Enfrenta o escândalo, a ostentação e a injustiça: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade” (1Cor 13,4-6; cf. 1Cor 5,1-13; 6,1-11).
Diante dessa realidade, Paulo afirma que a Igreja toda é vista como um só corpo de Cristo, onde o poder do Espírito de Cristo atua nos seus membros (1Cor 12,12-30). Qualquer dom ou trabalho de cada membro não é mérito individual ou recompensa, mas gratuidade de Deus. Deve servir ao bem comum da Igreja para vivenciar e testemunhar as palavras e práticas de Jesus Cristo: “Anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Cor 1,23-25).
b) A comunidade joanina:
Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se praticais o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que seu senhor faz; mas vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer (Jo 15,12-15).
A comunidade joanina, por ser aberta aos samaritanos (Jo 4; 8,48), por acolher gregos e gentios (Jo 7,35; 11,53; 12,20), por atribuir papéis de liderança às mulheres (Jo 4,11.27), por aceitar a proposta de Jesus e vivê-la de forma mais profunda e radical depois de ter sido expulsa do judaísmo (Jo 9,22; 12,42; 16,2), viveu uma situação de constante conflito externo e interno. Enfrentou forte perseguição dos judeus fariseus e do império romano, por volta do ano 95 d.C.: “Expulsar-vos-ão das sinagogas. Mais ainda: virá a hora em que aquele que vos matar julgará realizar ato de culto a Deus” (Jo 16,2; cf. Jo 9). Além disso, a diversidade de grupos existentes na comunidade, como ex-fariseus (Jo 3), samaritanos (Jo 4), gregos (Jo 7,35), entre outros, provocou discussões e atritos dentro da própria comunidade, mas também com outras que não viviam de forma tão radical o seguimento de Jesus: “Todo aquele que odeia seu irmão é homicida” (1Jo 3,15); “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso” (1Jo 4,20).
Esses conflitos fizeram a comunidade buscar fortalecer, ainda mais, o laço de amor e solidariedade entre as pessoas: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade” (1Jo 3,18). A comunidade joanina permaneceu fiel às palavras e práticas de Jesus, porque acreditou nele como a ressurreição e a vida acontecendo no tempo presente (Jo 11; 20), e, enfim, experimentou que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14; cf. 1Jo 1,1-4).
c) As comunidades na primeira carta de Pedro:
Chegai-vos a ele, a pedra viva, rejeitada, é verdade, pelos homens, mas diante de Deus eleita e preciosa. Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, constituí-vos em edifício espiritual, dedicai-vos a um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo (1Pd 2,4-5).
Nas comunidades cristãs de várias regiões da Ásia Menor, que receberam a primeira carta de Pedro por volta do ano 90 d.C., havia estrangeiros residentes, forasteiros, escravos, mulheres de maridos não cristãos etc. A maior parte das pessoas não tinham cidadania plena. Não podiam ter terra, receber ou transferir herança, não tinham direito de votar, nem mesmo podiam casar com cidadãos. Eram desprezadas e rejeitadas pela sociedade e viviam na insegurança. Por isso, a primeira carta de Pedro orienta: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor” (1Pd 2,13). A submissão à autoridade era uma questão de sobrevivência. Não era uma submissão ingênua, mas consciente, com o objetivo de evangelizar por meio da prática do bem e do amor em meio às situações de opressão e insegurança (1Pd 2,13-3,17).
Para a vivência interna da comunidade, a primeira carta de Pedro também relembra que esse grupo de excluídos foi eleito por Deus para formar um “sacerdócio santo”. Agora, o sacrifício será a oferta da própria vida, que se concretiza no culto, no serviço, na doação, no amor recíproco, na entrega cotidiana. Nessa nova prática, cada pessoa é chamada a assumir o sacerdócio. O trabalho e o poder são partilhados. Com a honra e o respeito de serem eleitos e abençoados por Deus, os excluídos se comprometem na organização da comunidade e na construção de nova sociedade de fraternidade: “Finalmente, sede todos unânimes, compassivos, cheios de amor fraterno, misericordiosos e humildes de espírito. Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria; ao contrário, bendizei, porque para isso fostes chamados, isto é, para serdes herdeiros da bênção” (1Pd 3,8-9).
4. Uma palavra final
Todas essas passagens do Novo Testamento mostram claramente que as comunidades cristãs ou igrejas locais têm seus problemas e suas próprias organizações, devido às suas realidades diferentes. As comunidades cristãs são os meios pelos quais as palavras, as práticas e a vida de Jesus de Nazaré são experimentadas e transmitidas. Em princípio, as comunidades devem ser um dos espaços onde seus membros experimentam a presença viva de Jesus Cristo no seu seio: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
Em 8 de dezembro de 1881, com a presença de um sacerdote francês, primeiro pároco, a igreja foi erguida na ilha de Kaminoshima. Até hoje, às 5 da manhã, o sino da igreja continua tocando, meia hora antes do início da missa. Agora, a celebração dos sacramentos já não está na mão dos leigos, como no tempo dos kakure kirishitans. Porém os leigos, sobretudo os anciãos, são muito ativos na organização da Igreja. Junto com os fiéis das outras religiões, eles animam e orientam a vida no dia a dia da ilha, especialmente por meio da solidariedade alimentada e fortalecida na longa história. O cristianismo fincou raízes no Japão. Continua fincando, pregando e experimentando o mistério do Deus da vida: “Ele está no meio de nós”.

Texto Copilado

Uma Senhora no Supermercado


Uma Senhora no Supermercado

Hoje eu estava andando no supermercado e de repente ouvi um barulho de coisas quebrando. Cruzei os corredores e vi que algumas pessoas murmuravam em voz baixa. Quando entrei no corredor onde eles olhavam, vi uma cena triste.
Uma Sra. Ela tinha batido com o carrinho na prateleira de pratos e copos e muitos tinham caído.
Ajoelhada, desesperada, juntava os pedaços, enquanto o seu esposo pegava cada código de barra de cada louça quebrada dizendo: viu? Agora terás que pagar tudo isso. Cena triste. Alguém que errou e se tornou um espetáculo, tendo todos os olhares voltados para ela. Quando me ajoelhei ao lado dela para lhe explicar que não se preocupasse, veio um jovem, ajoelhou-se ao lado de nós e disse-lhe:
- Deixa, que os funcionários da limpeza recolhem. Vai para o hospital para que vejam essa ferida na tua mão.
Ela olhou para ele, envergonhada e disse:
- Não. Tenho que juntar isso pra pagar.
O jovem disse:
- Calma!!!! Temos seguro para esse tipo de perda e você não precisa pagar nada. Segue, vai!
Quando o jovem se levantou, pude ver que ele tinha a identificação de gerente do supermercado."
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Pra vc que leu até aqui, gostaria que vc me desse um minuto. Onde você estiver, feche os olhos e imagina Deus fazendo o mesmo por você!
Vai buscar os pedaços do teu  pelos golpes que a vida vem te dando, vai curar-te toda ferida e te garanto que os teus pecados e erros serão perdoados. Há um seguro chamado graça 🙏, que quando você reconhece que você errou e o aceita como seu único e exclusivo Salvador, o gerente da existência do universo (Deus) vai te dizer: "já está tudo pago"... Segue, vai!
Errar é normal, reconhecer os erros e tentar melhorar, é para poucos!
#DeusÉMaisSempre.
Pense nisso:

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ano novo...Vida velha?

Ano novo...Vida velha?
               
Estamos prestes a entrar em mais um ano. Eita beleza vamos esquecer 2018 e entrar no tão sonhado 2019. Ai que nos enganamos, pois 2018 foi um ano de experiências e 2019 será um ano de conquistas.
Não podemos ficar presos em uma vida passada, pois ela pode trazer dessabores, so que aprendemos muito com o passar dos tempos. Vamos entender o que representa o ano novo.
O ano-novo do calendário Gregoriano começa em 1º de janeiro, assim como era no calendário romano. A comemoração ocidental tem origem num decreto do líder romano Júlio César, que fixou o 1º de janeiro como o "dia do ano-novo" em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro deriva do nome de Jano, que tinha duas faces (sendo, portanto, bifronte) – uma voltada para frente (visualizando o futuro) e a outra para trás (visualizando o passado).
                Existem inúmeros calendários que permanecem em uso em certas regiões do planeta e que calculam a data do ano-novo de forma diferente. Com a expansão da cultura ocidental para muitos outros lugares do mundo durante séculos recentes, o calendário gregoriano foi adotado por muitos outros países como o calendário oficial e a data de 1º de janeiro tornou-se global para se comemorar o ano-novo, mesmo em países com suas próprias celebrações em outros dias (como Israel, China e Irã).
                Não vamos nos utilizar, dos dogmas antigos, quando pessoas, reis, mudavam os calendários a seu bel prazer, mas vamos olhar para o futuro não esquecendo o passado, ou seja o passado foi uma lição que consegui vencer, e o futuro saberei administrar melhor, para que possa obter sempre uma grande vitória em minha vida.
Sou o Pastor Jandiro, O Câncer quer me levar, só que aprendi a lutar contra ele. Minhas armas? 1º Minha família. 2º Meus médicos. 3º a quimioterapia e os remédios. E o principal de tudo, Sabendo que Deus está no controle.    

domingo, 30 de dezembro de 2018

Perdão: Ato sublime ou obrigação?


Perdão: Ato sublime ou obrigação?

                Perdão. Uma palavra como outra qualquer, mais seu significado vem trazendo muitas consequências às pessoas que, por mera ignorância, não sabem utilizar como se deve.
                O perdão é algo que nasce no coração, e morre no esquecimento. Perdão não é um sentimento, mas um ato. É um processo mental ou espiritual que tem por objetivo cessar o ressentimento tóxico (dentre eles, o principal é a raiva) contra outra pessoa ou contra si, decorrente de uma ofensa percebida, por diferenças, erros ou fracassos. Trata-se de uma habilidade que precisa de treino.
                Perdoar é esquecer, jogar no fundo do poço e consequentemente tapar com algo que ninguém possa resgatar.
                 O Professor Paulo Vieira (PHD, Doutor e Palestrante entre outras aptidões) traz visões interessantes sobre o perdão. “Perdoando, você assume a responsabilidade por como você se sente. Você recupera a sua força e reassume o pleno controle sobre seu destino. Perdão é para você e não para o autor da afronta, pois perdoar é remédio para a sua cura e não para a cura ou impunidade da pessoa que lhe fez sofrer. Perdoar é a paz que você aprende a sentir quando libera quem lhe fez mal. Ao perdoar, você se ajuda a ter mais controle sobre seus pensamentos, além de obter melhora em sua saúde física e mental. Perdão é também se tornar um herói feliz e não uma vítima sofredora. Perdão é uma escolha, uma decisão, uma restituição. Perdoando você rompe as correntes do sofrimento e passa a dar passos livres em sua vida.”
                Dentre todas as suas referências, quero destacar: “Perdão é para você e não para o autor da afronta pois perdoar é remédio para a sua cura e não para a cura ou impunidade da pessoa que lhe fez sofrer. Perdoar é a paz que você aprende a sentir quando libera quem lhe fez mal.” Esse remédio tão pouco usado e quando usado é de forma errônea, tornando o ser humano como um super-homem, não como um necessitado. 
                Muitas vezes pergunto a mim mesmo; “E o que não é perdão?
·         Perdão não é fechar os olhos para os maltratados;
·         Perdão não é esquecer algo doloroso;
·         Perdão não é necessariamente se reconciliar com o autor da afronta;
·         Perdão não é desculpar o mau comportamento;
·         Perdão não é negar ou minimizar seu sofrimento;
·         Perdão não significa desistir de ter bons sentimentos e perspectivas.
Se o amor não flui dentro de você, isso significa que a sua vida pode estar morrendo. Você nasceu para amar, mas se tem rancor está doente. Isso lhe impede de se relacionar e ter sucesso.

Estamos na época de final de ano tão chamada como a data máxima da Cristandade. Libere o perdão e você trará Paz para seu coração.
Sou o Pastor Jandiro Lutando contra um Câncer que me faz sofrer por muitos anos, estarei vencendo, tenho ajuda dos médicos e da quimioterapia. Mais o câncer da arrogância somente a própria pessoa pode curar

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Quanto de Aguá estou precisando?


Quanto de Aguá estou precisando?

Ezequiel 47:3-5)  E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos.
E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar”. (.

Esta é uma passagem realmente fascinante, que nos mostra de forma profética como Deus quer nos levar ao plano original. De acordo com a descrição que Deus através de Ezequiel, por esta visão, podemos entender que a vida do servo de Deus é vivida de 4 maneiras diferentes ou como chamamos 4 níveis:

1. TORNOZELO SUPERFICIAL
Imagine uma pessoa que quer molhar somente os pés só para se refrescar, apenas, os sapatos e as meias são removidos, e isso é o suficiente. É como um adulto que entra na piscina infantil, superficial. Há pessoas que vivem a vida a esse nível, superficial, permanecem no nível de "salvação", ou seja, um dia elas aceitaram a Cristo em seu coração, mas nada mais, recebem o frescor da água, mas nada mais.

2. JOELHOS
Agora o nível de água atinge uma nova dimensão, você pode caminhar, mas não correr. Ele representa o tipo de cristão que está em conformidade para se reunir “religiosamente” toda semana, domingo após domingo da congregação, seu conhecimento também está no nível da salvação, acrescentando que eles ouvem toda semana a pregação, mas não tem uma vida cristã profunda, ele se molhar na água, mas nada mais, não está disposto a ir mais profundo.

3. Cintura
*Pode representar da cintura até a altura dos ombros.

Representa o esforço. 3/4 do corpo estão na água, não se aprofunda por medo, sem saber como será. Sente que algo pode dar errado e se “afogar”. Alguns na piscina ou na praia gostam de nadar neste nível.
4. Completamente submerso
Não há mais nada, somente o Senhor, o contato com a terra, a terra seca, circunstâncias ou as coisas que dão segurança estão longe. Agora tudo é uma questão de depender do Senhor. É o lugar onde você está cercado por água, onde você tem que colocar em prática o conhecimento e comunhão com Deus. A condição colocada pelo Senhor a nós é a natação.

MARGEM DO RIO
Qual o objetivo de ir para a outra margem?

O outro lado. As regiões além da margem oposta. Deus nos coloca um objetivo para alcançar a margem oposta, esse objetivo só atinge quem nadando Espírito, isto é, caminha em direção ao alvo, removendo medos, aceita desafios e, ao mesmo tempo em que apreciam todos os benefícios que ela nos traz, a vida no Espírito.
Não digo que eu já o tenha obtido, ou que seja já perfeito, mas vou prosseguindo para ver se também poderei alcançar aquilo para o que igualmente fui tomado por Cristo Jesus.
Irmãos, eu não julgo ter ainda alcançado; mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão adiante, Prossigo em direção ao alvo, para obter o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3:12-14).
RIOS
O rio representa a vida no Espírito.

“Quem crê em mim, como disse a Escritura, do seu interior manarão rios de água viva. Disse isto a respeito do Espírito que iam receber os que nele criam; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”. (João 7:38,39).
ÁGUA
As águas vivas estão fluindo.

“Mas quem beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede; pelo contrário a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água que mana para a vida eterna”. (João 4:14).
Hoje, temos de tomar decisões. Na vida com Deus a partir de Cristo, temos pelo menos 4 níveis para trilhar no caminho de volta ao projeto original, vejamos:
1. Nível do natural
Em Genesis 1.29 vemos que Deus colocou tudo a disposição do homem, para que ele fosse mantido pleno sobre a terra, nada lhe faria falta. Seja mantimento, seja metal precioso, pedras preciosas, nada lhe seria negado, a terra tinha a obrigação de lhe dar.

Quando entramos no caminho e aceitamos Jesus como nosso salvador, passamos então a viver o nível natural, que e o nível onde a criação divina nos mantém, por exemplo, Pedro quando tirou uma moeda da boca de um peixe:

“Mas, para não escandalizá-los, vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe a boca, e você encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu”. (Mateus 17:27).
Primeiro Nível: O primeiro nível podemos ver no versículo 3 onde Ezequiel fala que aquele homem levou ele para um ribeiro e neste ribeiro o homem mediu meio quilometro a sua frente e fez ele caminhar e quando ele chegou as águas batia nos seus Tornozelos e é aqui que encontramos o nosso primeiro nível.
O pé é uma das partes do corpo mais sensíveis que temos, por isso Deus certa vez falou “retire as sandálias dos seus pés”, porque não podemos ser sensíveis à voz de Deus se estivermos com algo que esteja tampando a nossa sensibilidade, então eu percebo que naquele momento que aquele homem levou Ezequiel até aquele trecho do rio onde as águas batiam em seus tornozelos, a primeira lição que aprendo é que primeiro precisamos lavar os nosso pés, que muitas das vezes pisaram em lugares errados, se encheram de poeira e da lama do pecado.
2. Nível da fé
Viver o nível da fé é de fato aceitar e não titubear sobre o caráter divino, entendendo pela palavra nossos direitos. O nível da fé nos permite entrar em oração nos colocando ante a corte celestial e usarmos a palavra como nosso livro de leis, da constituição do reino e reivindicar nossos direitos e vivendo os deveres, vejamos:

“Tendo terminado de dizer tudo isso ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum. Ali estava doente, quase à morte, o servo de um centurião, a quem seu senhor estimava muito.
Ele ouviu falar de Jesus e enviou-lhe alguns líderes religiosos dos judeus, pedindo-lhe que fosse curar o seu servo.
Chegando-se a Jesus, suplicaram-lhe com insistência: 'Este homem merece que lhe faças isso, porque ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga'.
Jesus foi com eles. Já estava perto da casa quando o centurião mandou amigos dizerem a Jesus: 'Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto, e ele faz'.
Ao ouvir isso, Jesus admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: 'Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé'.
Então os homens que haviam sido enviados voltaram para casa e encontraram o servo restabelecido”. (Lucas 7:1-10).
Segundo Nível: O segundo nível de intimidade com Deus, podemos ver no versículo 4 onde aquele homem que estava conduzindo Ezequiel, o leva a mais meio quilômetro a frente, e ao chegar lá, Ezequiel percebe que as águas não davam mais nos seus tornozelos mas sim, agora davam nos seu joelhos. E aqui está a segunda lição que aprendo. O joelho é parte do nosso corpo que encontramos sustento se eles fraquejarem nosso corpo inteiro vem ao chão.
3. Nível da unção
Nesse nível Deus e você passam a operar de forma conjunta, você passa a ousar, onde enfermidades são curadas, demônios expulsos, etc. É Deus trabalhando através de você. Vejamos:

"Quem tocou em mim?”, perguntou Jesus. Como todos negassem, Pedro disse: "Mestre, a multidão se aglomera e te comprime".
Mas Jesus disse: "Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder". (Lucas 8:45,46).
Terceiro Nível: E agora o terceiro nível de intimidade com Deus que encontramos também no versículo 4 porém parte "b", vemos quando Ezequiel fala que aquele homem não parou por ali mas o levou a meio quilometro a mais e dessa vez as águas não davam mais nos joelhos, mas sim em sua cintura. E aqui eu vejo uma deixa que depois nos levará para o 4º nível, quem chegou aqui está muito perto de mudar de nível.
4. Nível da glória
Nesse momento você está no nível mais elevado, visto que a gloria é o próprio Deus. Ao contrário do que pensamos gloria não é poder, nem unção, mas é o próprio ser de Deus, a própria pessoa divina. Andar nesse nível é andar “cheio”, “repleto” da presença de Deus numa entrega completa e sem reservas. Operar nesse nível significa de fato, dar um passo para traz e deixar o próprio Deus fazer, nesse momento já não precisamos liberar palavras para que algo aconteça, já não há preocupação, não precisa “suar”, nem fazer força mas você entra no nível de repouso enquanto a própria presença Deus, o próprio Deus opera livremente.

Quarto Nível: E agora finalmente o quarto nível podemos ver nos últimos versículos em especial o 5º onde Ezequiel relata que aquele homem avançou com ele mais meio quilometro, mas agora ele não conseguia mais passar andando ele teve que mergulhar, porque as águas o cobria. E agora eu digo que aquele homem era Jesus. E ele quer conduzir você e a mim em todos esses níveis, só que ele não nos põe a força, uma coisa que Ezequiel fez foi que em nenhum momento ele contrariou aquele homem. Todo o tempo mesmo sem saber o que o esperava a frente ele confiou naquele homem para prosseguir.
O passo de obedecer, de chegar até o momento mais decisivo da sua vida aonde as águas chega à cintura, e ali você decide se quer mergulhar ou parar por ali mesmo.
Eu escolho todo dia mergulhar, porque eu não quero ficar apenas no terceiro nível, eu sei que às vezes você pode ter medo de se afogar, mas saiba que o homem que está conduzindo não deixará isso acontecer. Assim como Ezequiel que mergulhou naquele rio, quando foi à margem contemplou arvores que davam frutos lindos, porque havia vida naquele lugar. O fato de mergulhar nesse rio com Deus não é nada além do que isso, viver não para mim mesmo, mas para o meu Deus, é isso que nos espera na margem do rio, VIDA, só precisamos mergulhar nEle, fazer a nossa escolha. Porque assim como Paulo diz em Gálatas 2:20 “Fiz a minha escolha... Não vivo mais eu, mas cristo vive em mim”

O profeta Ezequiel é levado aos quatro níveis, representado pela profundidade das águas à medida que ia andando e adentrando aquele Rio de Deus, até chegar ao ponto de não mais poder andar. Para chegar ao nível mais profundo, Ezequiel mostra-nos que é preciso, coragem, fé, comprometimento, abnegação, dependência, obediência.

Deus nos revela
Longe de ser um passo de mágica, mas fruto de uma intimidade com Deus, que nasceu da oração, para ir em “busca” da intimidade com Deus, no seu maior nível!


domingo, 16 de dezembro de 2018

Vendendo e comprando ilusões.

Vendendo e comprando ilusões.

                Ilusão. É uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção. Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões, mas as visuais são mais conhecidas. Uma vez que a percepção é baseada na interpretação dos sentidos, as pessoas podem experimentar ilusões de formas diferentes. Vinicius de Moraes em seu “Soneto de aniversário” na sua primeira parte definiu:
Passem-se dias, horas, meses, anos.
Amadureçam as ilusões da vida.
Prossiga ela sempre dividida,
Entre compensações e desenganos.
                Não deixe que a Ilusão leve você por caminhos que possa não ter volta, caminhos que não tenha mais correção. Conserte enquanto é tempo.
                A ilusão tem levado pessoas as mais errôneas estradas da vida, sempre se esquecendo, que a estrada da vida é uma via de uma mão só, conduzindo a eternidade.
                Tenho visto isso durante meus dias aqui nessa Terra abençoada por Deus que muitos até descobriram seus erros, mais já era tarde demais. Um dia Jesus disse: “Errais por não conhecerem a escrituras” Imagino eu que Jesus via a grande e longa (para alguns, curta para outros) estrada da vida. 
                Hoje ao acordar lembrava-me das aulas de matemática na matéria de Trigonometria, quando eram colocado um desenho algumas medidas e tínhamos de calcular várias figuras, quando não dava certo nosso mestre dizia: “Primeiro procure onde você errou, corrija e bola pra frente” E assim que nós fazíamos.
                Se você está na estrada da Vida e vê que algo está errado, não adianta continuar. Reflita ache teu erro, corrija e continue. Voce tem muito que andar, muitos obstáculos a vencer.
                 Isso veio na mente de um velho pastor, que cuida de vidas preciosas, quando sua vida está sendo cuidada por médicos, e dirigida por Deus.
Pastor Jandiro
prjandiro@hotmail.com

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Uma Senhora por nome Maria Antônia


Uma Senhora por nome Maria Antônia

            São Paulo década de sessenta, vivíamos uma insegurança, pois alguns apoiavam outros não o tão falado regime militar. Para uns foi muito bom, outros não. Até nos dias de hoje temos divergências, e como temos.
            O ano de 1968 foi um momento de forte resistência da classe estudantil, que era majoritariamente contrária ao regime militar Em 1964, houve uma divisão da classe média brasileira que, em cima da propaganda anticomunista e, apoiou a deposição do presidente João Goulart e passou a esperar por uma transição rápida para a democracia.
Nos quatro anos seguintes, sem perspectiva de abertura e diante de uma política econômica recessiva e de sinais de violência por parte dos militares, a maior parte da classe média começou a se posicionar contra o regime militar. Seus filhos, mais de 200 mil estudantes universitários e centenas de milhares secundaristas, seguiam pelo mesmo caminho. A universidade brasileira vivia uma crise de sentido: não servia a quem queria mudanças na sociedade e nem ao capitalismo brasileiro, que vivia uma fase de modernização. As condições de luta no segundo semestre eram mais difíceis: muitos estudantes foram presos e a polícia se empenhava em acabar com as ocupações em universidades.
Pelo fato de abrigar a Faculdade de Filosofia da USP e a Universidade Mackenzie, a rua Maria Antônia, no centro da capital paulista, foi palco da luta entre estudantes de esquerda e de direita, no começo de outubro de 1968. Os estudantes se enfrentavam como podiam - pedras, paus e até bombas - e a polícia assistia a tudo sem intervir. Os estudantes de direita, ligados ao CCC incendiaram o prédio da USP com coquetéis mocotó. Depois de dois dias de enfrentamento, um tiro vindo do prédio do Mackenzie feriu mortalmente o jovem secundarista José Guimarães. Os estudantes da USP, com a camisa ensanguentada do estudante, tomaram as ruas de São Paulo e entraram em choque com a repressão. Ao final do conflito, a polícia invadiu os prédios da USP e do Mackenzie e prendeu dezenas de estudantes.
                Esses conflitos se deu na Rua Maria Antônia em São Paulo. Dona Maria Antônia participou de tudo isso. Os tempos se passaram e ela se casou e muito cedo perdeu seu amado, já eram tempos de paz, a “Democracia”.
Como o tempo se passou, chegou a idade e dona Maria Antônia, como era conhecida, e gostava de ser chamada – Seu nome fez história, triste mas fez, não se casou mais e vários dias por semana após semanas passava com sua bengala, indo pra um lugar ignorado. Não faltava nem vai faltar curiosos para bisbilhotar a vida daquela mulher de mais de 80 anos, estudada, sempre no mesmo horário 18:45 hs passava pelo mesmo lugar a mesma rua e causava curiosidade aos que à viam. Sr José de Almeida um homem de meia idade perguntou certa vez. – Dona Maria pra onde a senhora vai, com todo respeito, linda perfumada? Com um sorriso cansado pelas rugas da idade ela respondeu, sem levantar a cabeça e parar, – Vou encontrar meu Noivo! Um dia movido pela curiosidade (dizem que a curiosidade matou o gato) Sr. José pediu e lhe acompanhou. Demorou para chegarem poucas quadras adiante. Chegando a um velho salão ela entrou, sr José titubeou e entrou também, ambos sentaram, não antes de Dona Maria Antônia se ajoelhar e em poucas palavras dizer em voz alta. – Graças te dou Senhor por me livrastes, de ter mudado minha vida e principalmente ter conhecido o Senhor.  Levantou e disse sorrindo ao Sr. José Acabei de falar com Jesus ele é a fonte de minha existência. Sr José sem entender pergunta – E seu noivo dona Maria Antônia?  - Agora sorrindo ela responde: - Eis que tudo se fez novo, Jesus me transformou e faço parte da NOIVA DO CORDEIRO, sou grata a Ele. Naquela noite Sr. José conheceu Jesus e foi mais uma alma a se converter aos pés do Senhor.
                Misturei realidade com ficção. Espero que a mensagem atinja seu coração.

Pastor Jandiro A Silva, um homem acima de tudo servo do Senhor que luta contra um câncer, mais não solta da Palavra de Deus.