7. A SÉTIMA DISPENSAÇÃO (MILÊNIO)
ALIANÇA MILÊNICA
O plano redentor de Deus para com o homem
termina com o cumprimento dos mil anos de paz sobre a Terra, que serão seguidos
do Juízo Final e a volta à eternidade. Jesus Cristo desce_ Restauração", At 3.20,21.
A juntura destes "Séculos", presente
e vindouro, forma um nítido exemplo de sobreposição das Dispensações, isto é,
às vezes, a um tempo transitório entre um tempo e outro.
Sua duração, o próprio título indica, terá mil
anos', seu início se dará com a manifestação (Parousia) de Cristo na segunda
etapa de sua segunda vinda a terra, Ap 19.11-21, e findará com a instalação do
grande Trono Branco, Ap 20.11-15.
O próprio Cristo voltará literalmente a terra,
onde Ele esteve durante 33 anos e pessoalmente reinará sobre a mesma por um
espaço de 1.000 anos, e terá ao seu lado a SUA IGREJA. Ela voltará dos céus
para onde foi levada no Arrebatamento.
O Plano de Deus para com o mundo é fazer
"Convergir" nele (em Cristo), na Dispensação e na plenitude dos
tempos, Ef 1.10.
Havendo efetuado a redenção dos homens pelo
seu sangue derramado na cruz, e Deus no século vindouro mostrará a suprema
riqueza de sua graça.
A dupla revelação do Milênio será feita:
l. Pela presença pessoal de Jesus Cristo, que
se sentará no trono de Davi, Lc 1.32,33;
2. O Sermão do Monte, pregado por Jesus no
início de seu ministério terreno, Mt 5.6,7, é uma legislação que se tomará
plena como plataforma do reino milenial. Ela será a Pedra Angular das
atividades do Rei durante o Milênio. O Governo será um regime teocrático, isto
é. Governo Pessoal de Deus, Is 52.7; Lc l .33; Dn 7.13.
A SEDE DO GOVERNO rá pessoalmente a terra e será REI. Ele denominou esta Dispensação de "Regeneração", Mt 19.28; é também chamada de "Tempo de
A capital do mundo não será Washington,
Londres, Tóquio e nem Paris, mas, sim, Jerusalém, a desprezada cidade tantas
vezes pisada pêlos exércitos invasores. Ela será totalmente restaurada, vindo a
realizar-se a visão do salmista que disse:
"Grande é o Senhor e mui digno de ser
louvado, na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e sobranceiro, é a
alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do Norte, a cidade do
grande Rei. Nos palácios dela. Deus se faz conhecer como alto refúgio '\ SI
48.1-3; Is 2.2-4.
A BÍBLIA NO SEU TRANSCURSO MILENIAL
1. Será um reino literal e universal, Dn
2.34,35;
2. Jerusalém será a capital do reino, Jr 3.27;
Is 24.23; Ez 48;
3. Os animais serão dóceis. Is 11.6-9; 65.25;
Os 2.18;
4. Época de justiça e paz. Is 9.6,7; 11.4; Zc
9.10; SI 96.13;
5. A terra ficará mais fértil, Is 35. l; Am
9.3,6;
6. O prolongamento da vida humana. Is
65.20,22; Zc 8.4,5;
7. Satanás será amarrado, Ap 20.20,22,23.
Haverá duas classes de pessoas:
1. Glorificados e
2. Não-glorifícados.
Os glorificados são os crentes do AT e NT e os
do período da Grande Tribulação e as não-glorificados são os judeus
sobreviventes da Grande Tribulação, gentios remanescentes das nações e os
nascidos no Milênio.
A cena final e a justificação do grande Trono
Branco, quando comparecerão diante do Cordeiro e Rei todos os mortos de todas
as épocas, ainda não ressuscitados. Esta é a Segunda Ressurreição.
O julgamento iniciará por ocasião da abertura
dos livros de Deus, Ap 20.12:
7. Cada pessoa serei julgada',
2. Os inimigos do Rei serão punidos',
3. Os inimigos espirituais do Rei serão
julgados: Satanás; o Anticristo; o Falso Profeta; os demônios; o Inferno e a
morte.
Cristo colocará sob seus pés todos os seus
inimigos, I Co 15.24,25. A Ele, toda honra, glória e louvor para sempre. Amém!
Caro Aluno, gostaria de ter tempo suficiente
para estudarmos juntos, pois este é um assunto de grande importância para nossa
vida espiritual!
"Venha o teu reino, seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu". Inúmeras vezes por dia, há quase 2000 anos,
crentes em todo o mundo fazem essa oração, seguindo o modelo que Jesus deu aos
Seus discípulos, conforme registrado em Mateus 6.9-13 e Lucas 11.2-4. O que
pedimos com essas palavras?
Em toda a história, o mundo
conheceu muitos reinos, dinastias e impérios. Eles ascenderam e decaíram,
passando pelas páginas da história como folhas num dia de outono. Alguns foram
espetaculares e repletos de esplendor, outros escravizaram e massacraram suas
populações. Não importa como lembramos deles, todos têm o mesmo denominador
comum – líderes humanos. Mesmo hoje em dia muitos acreditam que, se
conseguíssemos colocar as pessoas certas nos cargos políticos, a humanidade
ficaria livre para alcançar seu pleno potencial.
Há muitas interpretações da
história e de sua relação com o futuro. Alguns acham que é cíclica, outros
lembram com saudade de uma "era dourada". Alguns dizem que ela
progride conforme as "leis da natureza", outros dizem que está
regredindo por causa dessas mesmas leis. Em tudo isso, a Bíblia dá uma resposta
clara e certa às perguntas sobre o futuro. A história e os eventos humanos têm
uma direção e haverá um reino futuro glorioso. As orações dos crentes serão
respondidas e o próprio Deus, na Pessoa de Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade,
reinará e governará na terra durante 1000 anos no Milênio. O melhor ainda está
por vir!
A história humana está inserida
entre dois paraísos. O primeiro paraíso começou no Jardim do Éden, mas a queda
em pecado trouxe a dor e a tristeza decorrentes do castigo de Deus. A
humanidade recebeu ordem de transformar o jardim na cidade de Deus. Mas ao
invés da Nova Jerusalém, o resultado foi a Babilônia e o reino do homem. Com a
intervenção de Cristo na história (primeiro em humildade, futuramente em
glória), a humanidade ainda retornará ao paraíso, dessa vez numa cidade – a
Nova Jerusalém.
A história atual está se
aproximando do estabelecimento da vitória e do reino de Deus na terra por meio
de Jesus Cristo e Seu povo. Mas quais são os detalhes? O que a Bíblia ensina
sobre o Milênio futuro? Na verdade a Bíblia tem muito a dizer sobre esse
assunto. Vamos examinar juntos seus ensinamentos.
O Que é o Milênio?
Onde a Bíblia ensina sobre o Milênio?
Se você procurar a palavra
Milênio em uma concordância bíblica, provavelmente ficará frustrado. Há várias
passagens bíblicas que ensinam sobre o Milênio, apesar de a palavra em si não
ser mencionada. O Milênio é uma doutrina bíblica e um conceito teológico
derivado de várias passagens. Assim como muitos termos teológicos, a palavra Milênio vem do latim.
Refere-se ao período de tempo em que a Bíblia diz que o Reino do
Messias será estabelecido na terra antes do fim da história.
A palavra Milênio vem do latim mille, que significa
"mil", (a palavra grega para Milênio vem de chilias, que significa "um
mil"), e annus, que
significa [em latim] "ano", [etos em grego]. O termo grego é usado seis
vezes no texto original do capítulo vinte de Apocalipse para definir a duração
do reino de Cristo na terra antes da destruição do velho céu e da velha terra.
Então, a palavra Milênio refere-se aos mil anos do futuro reinado de Cristo que
precederão a eternidade.[1]
Várias passagens do Velho
Testamento falam sobre um tempo futuro de verdadeira paz e prosperidade para os
seguidores justos de Deus, sob o reinado benevolente e físico de Jesus Cristo
na terra. Zacarias 14.9 fala sobre esse período, dizendo: "O Senhor será Rei sobre toda
a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome". A passagem continua nos versículos
16-21, descrevendo algumas das condições reinantes no Milênio. Apesar de toda a
Bíblia falar descritivamente sobre o Milênio, apenas no último livro –
Apocalipse – a duração do Seu reinado foi revelada.
Isaías (700 anos a.C.) previu
essa era futura:
"Nos
últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no
cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os
povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa
do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. Ele
julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas
espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não
levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Isaías 2.2-4).
Alguns capítulos adiante, ele
escreve novamente sobre o Milênio:
"O
lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o
bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os
guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o
leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da
áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem
dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento
do Senhor, como as águas cobrem o mar" (Isaías 11.6-9).
Outras passagens do Velho
Testamento que tratam detalhadamente a respeito, incluem:
·
Salmo 2.6-9;
·
Isaías 65.18-23;
·
Jeremias 31.12-14;
·
Ezequiel 34.25-29; 37.1-14; 40-48;
·
Daniel 2.35; 7.13-14;
·
Joel 2.21-27;
·
Amós 9.13-15;
·
Miquéias 4.1-7 e
·
Sofonias 3.9-20.
Esses versículos são apenas
algumas das várias passagens relacionadas a esse assunto, escritas antes da
primeira vinda de Cristo. O estudioso em profecias David Larsen resume esses
textos dizendo sucintamente: "grande parte da profecia do Velho Testamento
indica o estabelecimento de um reino de paz na terra em que a lei sairá do
Monte Sião".[2]
O Novo Testamento também dá
testemunho desse reino vindouro, dando continuidade à visão do Velho Testamento
de um Reino Milenar futuro. Jesus falou sobre o Reino Milenar durante a ceia de
Páscoa, antes de ser traído e crucificado:
"A
seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo:
Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança,
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta
hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei
de beber, novo, convosco no reino de meu Pai" (Mateus 26.27-29; veja
também Marcos 14.25; Lucas 22.18).
A passagem mais extensa sobre o
Milênio está em Apocalipse 20, em que João descreve uma seqüência cronológica –
a prisão, a rebelião e o julgamento de Satanás no Milênio. Alguns teólogos
também acreditam que Apocalipse 21.9-27 descreve a Nova Jerusalém durante o
Milênio. Isso não é provável, porque a passagem se refere ao Estado Eterno, o
que é apoiado pelo desenvolvimento seqüencial do texto desde o Milênio em
Apocalipse 20 até o Estado Eterno em Apocalipse 21. Ainda outros acreditam numa
posição intermediária e vêem a passagem como uma descrição da morada eterna dos
santos ressurretos durante o Milênio.[3]
O reino futuro de Deus terá
duas fases distintas, o Milênio e o Estado Eterno. Mas a maior ênfase da Bíblia
está no reinado de mil anos de Cristo no Seu futuro reino conhecido como
Milênio. O Milênio é uma realidade bíblica futura. Segundo a Bíblia, a vida na
terra ficará melhor, mas não antes de piorar por um período de sete anos
conhecido como a Tribulação.
Qual a relação entre Israel e o Milênio?
Israel e Jerusalém terão um
papel muito importante no Milênio. O Milênio é a ocasião da restauração final
física e espiritual de Israel. A restauração é descrita em Ezequiel 37 e
resumida nos versículos 21-22:
"Dize-lhes,
pois: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre
as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os
levarei para a sua própria terra. Farei deles uma só nação na terra, nos montes
de Israel, e um só rei será rei de todos eles. Nunca mais serão duas nações;
nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos."
Israel e Jerusalém realmente serão
uma terra santa e uma cidade santa. O profeta Isaías escreve:
"Mas
vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio
para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de
Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de
choro nem de clamor. Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem
velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem,
e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas e nelas
habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que
outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do
meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras
das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a
calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos
estarão com eles" (Isaías 65.18-23).
A restauração de Israel
incluirá a regeneração, reunião e posse da Terra, e o restabelecimento do trono
davídico.[4] Há várias outras características da restauração que acompanharão
os eventos descritos acima. Segundo Jeremias 3.18 e Ezequiel 37.15-23, a nação
será reunida de tal forma que a antiga divisão entre Israel e Judá será
eliminada. Como nação, Israel se tornará o centro das atenções para os gentios
(Isaías 14.1-2; 49.22-23; Sofonias 3.20; Zacarias 8.23) e desfrutará de todas
as condições físicas e espirituais mencionadas anteriormente (Isaías 32.16-20;
35.5-10; 51.3; 55.12-13; 61.10-11).[5]
É difícil subestimar a
importância e o papel da redenção e restauração de Israel no Milênio. David
Larsen escreve:
Na
filosofia grega, especialmente em Platão, encontramos uma profunda antipatia
pela matéria, por exemplo, quando defendem que o corpo é a prisão da alma. Os
hebreus, em comparação, eram um povo terreno porque Deus declarou boa a ordem
física que criou. Mas a matéria boa foi deturpada pelo pecado humano. A ordem
criada precisa obter e obterá redenção (Romanos 8.19-22). Cristo reinará por
1.000 anos tendo Jerusalém como Seu centro de governo aqui na terra. Essa será
a era dourada que os profetas previram. Então não nos surpreendemos que o reino
terreno de Cristo tenha um elenco judaico.[6]
Qual
a relação entre a Igreja e o Milênio?
No Arrebatamento, a Igreja será
removida da terra e estará presente com Cristo por toda a Tribulação. A Igreja
será julgada por suas obras no tribunal de Cristo depois do Arrebatamento e
participará das bênçãos do Reino Milenar (Romanos 14.10-12; 1 Coríntios
3.11-16; 4.1-5; 9.24-27; 2 Coríntios 5.10-11; 2 Timóteo 4.8).
Em Mateus 19.28, Jesus disse
aos Seus discípulos que estariam com Ele no reino e reinariam sobre as 12
tribos de Israel. Além disso, em 2 Timóteo 2.12, Paulo escreve: "se perseveramos, também com
ele reinaremos". Em
Apocalipse 20.4 aprendemos que os santos martirizados na Tribulação também
participarão do reinado de Cristo. Dois versículos depois, em Apocalipse 20.6,
lemos que todos os que fizeram parte da primeira ressurreição reinarão com
Cristo.
Já que o céu fica acima da
terra, algumas pessoas sugerem que o papel celestial da Igreja como Noiva de
Cristo é maior que qualquer papel terreno, inclusive superior ao lugar de
Israel como líder das nações. Talvez seja melhor ver cada um na liderança das
suas respectivas esferas, distintas mas equivalentes – Israel na esfera terrena
e a Igreja na celestial. De qualquer forma, o propósito principal do Milênio é
a restauração de Israel e o reinado de Cristo sobre ele; a Igreja como Noiva de
Cristo não estará ausente das atividade do Milênio
O Milênio: O Reinado de Jesus Cristo na Terra
Absoluta paz,
segurança, justiça e prosperidade para todos os povos finalmente alcançados na
Terra
sociedade perfeita em que todos possam viver em paz e
harmonia — um mundo no qual todas as necessidades serão satisfeitas e barreiras
como raça, nacionalidade, educação, renda e ambiente não existam mais. Antes da
Primeira Guerra Mundial, muitos cristãos acreditavam que a humanidade estava
fazendo um progresso gradual nessa direção e que a sociedade se tornaria cada
vez melhor até que esse objetivo fosse atingido. Entretanto, após duas Guerras
Mundiais e uma terceira aparentemente em preparação — é mais fácil encontrar um
cavalo com chifres do que pessoas que ainda mantenham essa posição. No entanto,
um plano ativo continua entre os círculos ocultistas em que a versão deles da
utopia será cumprida fazendo-se desaparecer a luta sectária. As religiões,
dizem eles, causaram mais derramamento de sangue do que qualquer outra coisa e
precisam ser abolidas. Para atingir esse objetivo, colocaram em marcha um
programa global e maciço conhecido como "Movimento Ecumênico" —
encabeçado pelo papa — que está destinado a unir tantos sistemas diversos de
crenças quanto possível e consolidá-los. Em seguida, quando o tempo certo
chegar, o "Cristo" deles receberá as boas-vindas com braços abertos e
o plano-mestre será totalmente implementado. Reduções maciças da população
tirarão do mundo todos os indesejáveis (especificamente aqueles que são
ferrenhamente monoteístas — os cristãos, os judeus e os muçulmanos) e o resto
será subjugado e governado — "benevolentemente", é claro — por uma
elite intelectual e social. Utopia? Para as massas que passarão o resto da vida
como literais vilões, a definição não é muito apropriada.
Mas não se desanime, mundo! Há outro plano — um plano
definido na eternidade — pelo qual um céu literal na Terra será realizado.
Antes de criar o universo, Deus determinou que Seu Filho governaria e reinaria
este mundo de um trono em Jerusalém. Mil anos foram definidos como a duração e
na Palavra de Deus temos muitas pinceladas sobre como será esse reinado e como
virá à existência.
O termo "milênio", propriamente, não é
encontrado na Bíblia. Ele é formado de duas palavras latinas — mille, significando
"mil" e annus,
significando anos. Entretanto, a frase "mil anos" é encontrada dez
vezes — duas vezes no Antigo Testamento [Salmos 90:4 e Eclesiastes 6:6], e oito
vezes no Novo Testamento.
A primeira referência que nos oferece informações
sobre o propósito do período de mil anos encontra-se em Apocalipse 20:1-3, onde
lemos:
"E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do
abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga
serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no
abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as
nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um
pouco de tempo."
Aqui, temos uma declaração muito clara que um dos
anjos de Deus amarrará Satanás e o lançará no poço do abismo (seria o espaço
sideral?) e colocará um selo na tampa para que Satanás não possa mais
"enganar as nações" — até que os mil anos se completem. Embora não
seja mencionado explicitamente, precisamos inferir que as hordas de demônios
serão da mesma forma aprisionadas, ou de algum outro modo ficarão inativas.
Então, de acordo com o plano de Deus, Satanás será "solto por um pouco de
tempo" de sua prisão. Por que ele precisará ser solto? Se o Senhor
permitir, responderemos a essa questão posteriormente — pois antes de podermos
oferecer uma explicação que faça sentido, precisamos desenvolver outras
questões.
Começando com os patriarcas de cuja descendência
formou-se mais tarde a nação de Israel, Deus falou a eles por meio de Seus
profetas e acrescentou "mandamento sobre mandamento e regra sobre regra,
um pouco aqui, um pouco ali" [Isaías 28:10 e 13]. Com o tempo, eles
começaram a entender o fato que um dia, "o Messias, o príncipe"
[Daniel 9:25-26] viria para livrá-los e iniciar uma época dourada de paz e
tranqüilidade. Duas das principais passagens no Antigo Testamento que prometem
isso encontram-se em Isaías 11 e 65:
"Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e
das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do
SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de
fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. E deleitar-se-á no
temor do SENHOR; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá
segundo o ouvir dos seus ouvidos. Mas julgará com justiça aos pobres, e
repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de
sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio, e a justiça será o
cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. E morará o lobo
com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho
de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca
e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha
como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada
colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo
o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as
águas cobrem o mar. E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará
posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu
repouso será glorioso. E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua
mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da
Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de
Hamate, e das ilhas do mar. E levantará um estandarte entre as nações, e
ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os
quatro confins da terra. E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de
Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a
Efraim. Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao ocidente; juntos
despojarão aos do oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os filhos de
Amom lhes obedecerão. E o SENHOR destruirá totalmente a língua do mar do Egito,
e moverá a sua mão contra o rio com a força do seu vento e, ferindo-o,
dividi-lo-á em sete correntes e fará que por ele passem com sapatos secos. E haverá
caminho plano para o remanescente do seu povo, que for deixado da Assíria, como
sucedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egito." [Isaías 11:1-16].
Os versos de 1 a 3 estão obviamente falando a respeito
de Jesus Cristo, o Filho de Deus — o Messias de Israel — durante seu primeiro
advento.Mas, igualmente óbvio é que o verso 4 e os seguintes não aconteceram
naquele tempo. Durante sua breve vida na terra, Jesus Cristo não julgou os
pobres nem decidiu em favor dos mansos. Ele não feriu a terra com a vara da Sua
boca nem matou os ímpios. Mas o dia está chegando em que Ele fará isso!! Esses
versos introdutórios estão dizendo o que vai acontecer no fim do Período da
Tribulação, quando Jesus Cristo retornar à Terra. Seu adversário, Satanás, terá
os exércitos mundiais em formação no Vale de Megido, ao noroeste de Jerusalém,
em uma tentativa final de lutar contra Ele. Esses exércitos, porém, serão
destruídos pelo "sopro de seus lábios" [verso 4] no Armagedom — Ele
simplesmente abrirá a boca, proferirá uma palavra e fará o sangue de seus
adversários fluir até chegar aos freios dos cavalos" [Apocalipse 14:20].
Em Mateus 24:29-31, o Senhor nos dá uma compreensão adicional sobre os eventos
que ocorrerão:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol
escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as
potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do
homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem,
vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus
anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde
os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus."
Zacarias 12:10 diz que nesse tempo a casa de Davi e os
habitantes de Jerusalém "olharão para mim a quem traspassaram e chorarão
amargamente". O povo judeu finalmente reconhecerá — para a maior
parte dele, já tarde demais — que Jesus de Nazaré era realmente o Messias
prometido e que eles cometeram regicídio, traspassando-o na cruz. É o fim do
Período da Tribulação e eles saberão que o "Cristo" ao qual deram as
boas-vindas anteriormente era o próprio Satanás encarnado — o Anticristo. A
compreensão desses fatos os abaterá quando virem o Filho de Deus vindo
"nas nuvens com poder e grande glória". Os anjos percorrerão a terra
e trarão todos os sobreviventes do tempo mais horrível que já ocorreu na Terra
— para comparecerem diante de Jesus Cristo, que se assentará como o juiz.
"E quando o Filho do homem vier em sua glória, e
todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e
todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o
pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os
bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde,
benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo." [Mateus 25:31-34].
Mais tarde ele acrescenta:
"Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o
diabo e seus anjos." [Mateus 25:41].
Essa separação das "ovelhas" dos
"bodes" e o subseqüente banimento dos perdidos ao inferno é, como
vimos no artigo P195, concorrente com a ressurreição dos mártires do Período da
Tribulação e outros santos que morreram de causas naturais durante aquele
período de tempo. Portanto, o que temos neste ponto é um grupo de crentes vivos
que sobreviveram à Tribulação, juntamente com os santos do Antigo e do Novo
Testamento em corpos glorificados — que entrarão juntos no reino dos céus. A
frase "reino dos céus" refere-se a um reinado na Terra governado a
partir dos céus e é um sinônimo do Reinado Milenar.
Isso nos leva a Isaías 65, mencionado anteriormente:
"Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra;
e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas
vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio
para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e
me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de
clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra
os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos
será amaldiçoado. E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e
comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para
que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os
meus eleitos gozarão das obras das suas mãos. Não trabalharão debalde, nem
terão filhos para a perturbação; porque são a posteridade bendita do SENHOR, e
os seus descendentes estarão com eles. E será que antes que clamem eu
responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro se
apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da
serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o
SENHOR." [Isaías 65:17-25].
O verso 17 chama nossa atenção porque soa muito
similar à descrição feita pelo apóstolo João em Apocalipse 21:1, em que ele viu
"novos céus e nova terra". No entanto, acreditamos que os dois
eventos estão na verdade separados pelos mil anos, como esperamos demonstrar. Observe
que a passagem em Isaías 65 diz "novos céus e nova terra". A palavra
hebraica traduzida como "céus" refere-se à abóbada celeste e não à
habitação de Deus — que acreditamos ser o caso em Apocalipse 21:1 — embora a
palavra grega ouranos também possa se referir ao céu. A
razão por que acreditamos que eles são atos criativos separados é por causa do
que encontramos em Isaías 40 (o segundo será coberto posteriormente).
"Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua milícia é acabada,
que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do SENHOR,
por todos os seus pecados. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, e
todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e
o que é áspero se aplainará. E a glória do SENHOR se manifestará, e toda a
carne juntamente a verá, pois a boca do SENHOR o disse." [Isaías 40:1-5].
Como dissemos no início, o homem sempre desejou um
ambiente perfeito, e atribui à sua ausência, juntamente com outros fatores,
como a pobreza, ignorância, etc. — a razão da impiedade da humanidade. Em
outras palavras, essas coisas foram e ainda são usadas, como uma desculpa para
negar o fato da pecaminosidade inerente do homem — sua queda natural, a
depravação de seu coração. Assim, Deus vai preencher todos os vales, aplainar
todas as montanhas, e em geral renovar a Terra! É minha opinião que Deus
restaurará a Terra ao seu ambiente "jardim do Éden" original e a
árvore da vida ficará disponível novamente (Apocalipse 2:7 e 22:2). Observe que
as passagens precedentes dizem repetidamente que o cordeiro viverá ao lado do
lobo e o leão comerá palha como o boi. No Éden, antes da queda do homem, a
roseira não produzia espinhos e os animais não tinham dentes afiados. A
"sobrevivência dos mais fortes" com os carnívoros surgiu na natureza
como resultado direto da queda de Adão da graça. Paulo fala sobre esse assunto
em Romanos 8:
"Porque a ardente expectação da criatura espera a
manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não
por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a
mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da
glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está
juntamente com dores de parto até agora." [Romanos 8:19-22].
Então, quando referenciamos Isaías 11, vimos no verso
9 a respeito dos animais: "Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte,
porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o
mar". Não somente a humanidade terá o conhecimento pleno
do SENHOR, mas os instintos do reino animal serão mudados e todos serão tranqüilos
e serenos. Satanás e seus demônios estarão aprisionados e ninguém poderá
legitimamente dizer "O Diabo me levou a fazer isto!" — como era o
chavão de um humorista alguns anos atrás.
Mas antes de irmos muito longe, precisamos considerar
os últimos comentários de Isaías 11 — que trata do remanescente de Israel —
cujos membros eleitos entre o povo escolhido de Deus terão sido caçados até os
confins da Terra pelas forças do Anticristo, mas que sobreviveram. De acordo
com Daniel 12:11-13, o intervalo entre o fim da Tribulação e o estabelecimento
do Reino, parece ser de 45 dias. Além disso, Isaías 11:11-16 sugere que durante
esse tempo — antes do julgamento das ovelhas e dos bodes — Deus levará o
remanescente de Israel de volta à Terra Prometida de Canaã e, ao virem, eles
despojarão os árabes, lançarão suas mãos sobre os povos de Edom e de Moabe, e
os amonitas os obedecerão! Aqueles que vierem da região da Assíria terão o
"caminho aplainado diante deles", à medida que Deus remover todas as
obstruções e aqueles que vierem do Egito e do sul poderão cruzar o rio Nilo
"com os sapatos secos" — sem molhar os pés! A frase de que os
"povos do oriente" — os árabes — serão despojados, é um argumento que
o julgamento das ovelhas e dos bodes não terá ocorrido naquele ponto.
Uma vez que o julgamento estiver completado, os
sobreviventes eleitos do Período da Tribulação — ainda em corpos mortais —
entrarão no Reino para povoá-lo. No entanto, não devemos nos esquecer que uma
quantidade inumerável de santos ressurretos possuindo corpos glorificados —
exatamente como aquele que agora tem o Senhor Jesus Cristo — entrarão no reino
também. Aparentemente, os santos do Antigo Testamento se unirão aos santos da
Tribulação para formar o principal contingente da população — uma sociedade em
que Israel estará no centro da Terra e Jerusalém será a morada do rei. Os
eleitos da Época da Igreja servirão em vários cargos de supervisão — a
importância relativa de cada um provavelmente será determinada pelo Senhor no
julgamento diante do Trono de Cristo. No entanto, nosso foco principal precisa
estar sobre aqueles que entrarão no reino como humanos pecadores. Todos os que entrarem no reino
serão salvos, mas ainda estarão em corpos de carne e, portanto, possuindo uma
natureza depravada. Esse
ponto é muito importante e não devemos negligenciá-lo. O remanescente judaico entre eles
certamente estará em êxtase. Eles terão finalmente percebido o sonho dos judeus
por milhares de anos — poder viver sob o domínio do Messias em um estado
maravilhoso de paz e descanso. Isaías 11 nos diz que "Efraim e Judá"
(os nomes das duas facções na guerra civil em Israel) se unirão e não mais
brigarão um com o outro.
Assim, o quadro que temos diante de nós é de uma
profunda e absoluta felicidade! Voltando a Isaías 65, vemos que Deus diz no
verso 18:
"Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no
que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo
gozo." [Isaías 65:18].
No ano 70, Jerusalém e o templo foram destruídos pelas
legiões romanas do general Tito. Desde aquele dia até que Deus crie "para
Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo", a cidade e seu povo serão
qualquer coisa menos alegria. No entanto, durante o Milênio, Jerusalém será
literalmente o local do trono de Deus e a alegria será a ordem do dia.
"E os resgatados do SENHOR voltarão; e virão a
Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria
alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido." [Isaías 35:10].
"Porque o SENHOR consolará a Sião; consolará a todos
os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão
como o jardim do SENHOR; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz
de melodia." [Isaías 51:3 — "o
jardim do SENHOR" refere-se ao jardim do Éden].
"Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra; e
em lugar da afronta exultareis na vossa parte; por isso na sua terra possuirão
o dobro, e terão perpétua alegria." [Isaías 61:7].
"Porque assim diz o SENHOR: Eis que estenderei
sobre ela a paz como um rio, e a glória dos gentios como um ribeiro que
transborda; então mamareis, ao colo vos trarão, e sobre os joelhos vos
afagarão." [Isaías 66:12].
Não somente estarão eles vivendo em um ambiente
perfeito e tendo todas as necessidades imagináveis satisfeitas, mas também
estarão vivendo sob um governo perfeito. O próprio Senhor Deus governará
"com vara de ferro" [Apocalipse 12:5] e os detetores de mentira não
serão mais necessários! Os infratores serão pegos imediatamente e punidos sob
um sistema de justiça perfeito. Imagine a inclinação para fazer o mal acoplada
com o conhecimento de que não será possível escapar sem ser punido. Minha
imaginação me diz que na maior parte do tempo, esse será um milênio de
"justiça" auto-imposta por aqueles ainda em corpos mortais! Entretanto,
debaixo dessa superfície idílica estará o fato horrendo da depravação humana. À
medida que os séculos passarem, milhões e milhões de crianças nascerão dos
habitantes originais — cada um deles terá uma natureza humana tão depravada
quanto seus pais — nascidos em ofensas e pecados [Efésios 2:1]. E, como seus
pais antes deles, precisarão crer para não perecer. O ambiente deles incluirá —
como o elemento central — um sistema perfeito de adoração em que o próprio Deus
estará vivendo entre eles e demonstrando todas suas perfeições dia após dia.
Não haverá desculpas para a falta de adoração e ela será esperada de todas as
criaturas, mas a crença — a confiança absoluta e não fingida em Jesus Cristo —
será "de boca para fora" por parte dos não salvos. Essa falsa
adoração ficará sem ser detectada? É claro que não! O Senhor saberá o que está
no coração dessas pessoas e o fingimento delas será revelado no tempo devido.
Sem dúvida, alguns dentre eles terão o coração tão duro que não farão esforço
algum de esconder sua pecaminosidade. Esses, acredito, estarão entre aqueles
que o Senhor referencia no verso 20 de Isaías 65:
"Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem
velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o
pecador de cem anos será amaldiçoado." [Isaías 65:20].
A longevidade desfrutada pela humanidade antes do
dilúvio, nos tempos de Noé, será restaurada durante o milênio, e alguns dos
amaldiçoados morrerão na idade de cem anos (ou pouco mais) e essa será
considerada uma morte precoce.
Então, a partir do verso 21 de Isaías 65, vemos o
Senhor afirmar um princípio do reino que fala diretamente aos corações dos
descendentes de Israel (Jacó). Em toda sua longa e atribulada história, eles
passaram por muitos períodos de reavivamento, subseqüente declínio e, então,
julgamento. As bênçãos de Deus sobre eles durante os tempos de reavivamento
espiritual sempre resultaram em ganhos materiais — casas, terras e boas
colheitas. Inevitavelmente, porém, esses bens eram perdidos para os exércitos
invasores nos tempos de julgamento à medida que Deus os punia por causa dos
pecados cometidos. Esses ciclos infindáveis de subida e descida sublinham o
fato que a única coisa que aprendemos da história é que não aprendemos com a
história! Observe que eu disse
"aprendemos", pois Israel é representativo de toda a humanidade nesse
aspecto. Entretanto, durante
o reinado de Jesus Cristo, Deus diz que esse ciclo será interrompido — todos
poderão desfrutar dos frutos do seu trabalho, sem que outro tome isso deles.
Para aqueles irmãos que ainda insistem que o reino não durará mil anos, tudo o
que posso dizer é que dêem uma olhada mais atenta no verso 22:
"Não edificarão para que outros habitem; não
plantarão para que outros comam; porque
os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão
das obras das suas mãos."
"Os dias do meu povo serão como os dias da árvore,
e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos." Estima-se que a
sequóia "General Shermam" no Parque Nacional das Sequóias", na
Califórnia — uma árvore viva — tenha perto de 3.500 anos de idade! Entretanto,
ela não é a árvore mais velha conhecida. Essa distinção pertence a uma
determinada espécie de pinheiro que cresce nas Montanhas Brancas no leste da
Califórnia — acredita-se que muitas dessas árvores tenham mais de 4.000 anos.
Isso indica que elas germinaram logo após as águas do dilúvio terem baixado nos
dias de Noé. Portanto, viver mil anos não é algo longe da imaginação.
Matusalém, antes do dilúvio, chegou aos 969 anos [Gênesis 5:27] e ele não viveu
em um ambiente perfeito.
No próximo verso (23 de Isaías 65) descobrimos que os
habitantes iniciais do Milênio gerarão filhos:
"Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a
perturbação; porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus descendentes
estarão com eles."
Mesmo um número relativamente pequeno de sobreviventes
da Tribulação que entrarem no Reino resultará em uma população de muitos
milhões (possivelmente bilhões), após viverem por mil anos em um ambiente
perfeito. Em muitos aspectos, isso espelhará a população mundial antes do
Dilúvio.
Finalmente, chegamos à questão feita no início — Por
que Satanás precisará ser "solto por um pouco de tempo"? A resposta
é, para provar aos principados e potestades — as hostes angelicais da esfera
sobrenatural, tantos as boas quanto as malignas — que o plano alternativo de
Satanás de governar as coisas é uma mentira e que não funcionará. De acordo com
o que podemos concluir a partir de relatos na Bíblia, Satanás tem inveja de
Deus e insiste que seus próprios caminhos são melhores. Essa inveja o levou à
rebelião nos céus, na qual a terça parte dos anjos aparentemente o seguiu
[Apocalipse 12:4]. Esses são os anjos caídos que a Bíblia chama de demônios —
espíritos malignos que são uma praga para a humanidade até hoje. No jardim do
Éden, Satanás tentou Eva fazendo três assertivas básicas: A primeira foi:
"Foi assim que Deus disse?" — deste modo lançando dúvidas sobre a
Palavra de Deus. Em seguida, fez esta afirmação: "Certamente não morrereis!".
Deus tinha dito a Adão e Eva ao fazer a proibição para não comerem do fruto da
árvore do conhecimento do bem e do mal, que "no dia em que dele comerdes,
certamente morrereis" [Gênesis 2:17]. Portanto, essa segunda afirmação da
serpente foi uma mentira descarada e uma contradição à Palavra de Deus. Adão e Eva sofreram morte
espiritual imediata ao comerem do fruto proibido e deram início ao processo de
morrer fisicamente. Então,
surpreendentemente, a terceira afirmação era verdade! Ou, no mínimo,
parcialmente verdade — porque Deus sabia que por meio do pecado da rebelião os
olhos deles seriam abertos para a diferença entre o bem e o mal. Mas para duas
pessoas criadas perfeitas em todos os aspectos, esse conhecimento não era algo
para ser desejado! Como seus descendentes, todos nós que temos capacidade
mental sabemos a diferença — mas a vemos da perspectiva de estarmos na parte
inferior de um abismo espiritual infinito (compare com o "grande
abismo" de Lucas 16:26). A total depravação é o resultado do pecado
original e a morte sacrifical de Jesus Cristo é a única solução possível, para
alguém ser resgatado desse abismo. A perfeição requerida pela própria santidade e justiça de Deus, dita
que Ele somente está qualificado para pagar a dívida! A Bíblia ensina o
princípio de "o salário do pecado é a morte" [Romanos 6:23], de modo
que o próprio Deus teve de morrer uma morte sacrifical para poder redimir os
homens caídos e pecadores. Isso Ele fez na cruz, na pessoa de seu Filho, Jesus
Cristo.
Assim, se estudarmos com muito cuidado os assuntos do
pecado e da salvação eterna conforme são apresentados na Bíblia e então
compararmos as afirmações de Deus com as afirmações de Satanás, descobrimos que
os dois conceitos estão tão longe um do outro quanto a luz das trevas! Deus diz
que Ele precisa salvar o homem e Satanás diz que o homem pode salvar a si
mesmo. Deus diz: "Confie em Cristo para a salvação" e Satanás diz:
"Conquiste sua salvação por meio das boas obras". Portanto, é esse
choque sobrenatural de duas vontades opostas que fornece a explicação sobre a
razão de Satanás precisar ser solto por um breve tempo. Soltando Satanás, Deus
pretende provar a todas as criaturas — tanto sobrenaturais quanto humanas — que o coração pecaminoso e
depravado foi a causa dos problemas do homem o tempo todo e não seu meio
ambiente, a educação, a raça, o dinheiro, a comida, etc. — ou a falta de tudo
isso.
Estamos agora no fim do reinado milenar de Jesus
Cristo e precisamos ter em mente que tudo no mundo esteve perfeito durante todo
esse tempo. Não houve guerras, fomes, pobreza, doenças, crime e nenhuma coisa
boa foi negada aos homens mortais e
eles não terão desculpas para seu comportamento ruim. Então, nesse
cenário idílico, Satanás entrará subitamente, ao ser libertado de sua prisão.
Ele se comportará de forma previsível como sempre, e imediatamente começará a
motivar os homens à rebelião, convencendo-os que Jesus Cristo precisa ser
destronado para que ele (Satanás) então possa ocupar o lugar e reinar sobre
eles. O ressentimento e a raiva latentes nos corações pecaminosos que foram
forçados a "se comportar" durante os mil anos por não poderem fazer
nada errado sem serem pegos e punidos (como muitas crianças que crescem debaixo
de uma disciplina rígida de seus pais!), explodirão e bilhões [Apocalipse 20:8
diz "o número deles é como a areia do mar"] rapidamente sucumbirão às
vilezas de Satanás e se alistarão no seu exército. Com objetivos assassinos,
eles se congregarão e marcharão contra a cidade santa de Jerusalém e o trono do
rei. Quando a cidade estiver cercada, fogo de Deus descerá dos céus e devorará
a todos [Apocalipse 20:9]. As ações deles provarão para o resto da eternidade
que Deus está certo e o Diabo errado. O homem não regenerado está
espiritualmente morto e sua natureza é por natureza inimiga de Deus. Nenhuma
quantidade de "boas obras" ou boas intenções de sua parte pode
merecer vida eterna e ele pratica
o mal — ele peca — por causa de sua natureza pecaminosa. Como já foi dito
várias vezes — pecamos porque somos pecadores, e não pecadores porque pecamos.
A mentira de Satanás sempre foi que o homem não é depravado e que ainda retém
uma "centelha da divindade" dentro dele — e que precisa somente ser
desenvolvida — e ele (Satanás) é exatamente quem vai desenvolvê-la! A busca
insaciável pela iluminação sempre foi a marca característica do "lado das
trevas" e das sociedades secretas como a Rosa-Cruz e a Maçonaria —
juntamente com muitos grupos aliados — buscar a vida eterna por meio de suas
próprias obras. Caim, o filho primogênito de Adão e Eva recusou-se a oferecer o
sacrifício que Deus requeria — o sangue de um animal inocente — e insistiu em
oferecer os frutos do seu próprio trabalho. Esse choque de vontades no
princípio da história humana marcou a linha divisória entre a fé e as obras. O
assunto que estamos considerando agora marca o fim desta última.
Uma vez que a tentativa ridícula de rebelião for neutralizada,
Satanás finalmente receberá o que merece! Ele será lançado no lago de fogo,
onde fará companhia para a besta e o falso profeta — a trindade profana estará
reunida para passar a eternidade em tormentos. Em seguida, ocorrerá o
julgamento diante do Grande Trono Branco, no qual os perdidos de todas as
épocas — os espíritos não regenerados daqueles que morreram sem Cristo,
incluindo aqueles que foram consumidos pelo fogo ao seguirem a Satanás no fim
do Milênio — serão julgados de acordo com suas obras, conforme registradas nos
"livros" (plural) [Apocalipse 20:12]. A prova número um do processo é
o fato que nem um de seus nomes será encontrado no "livro" (singular)
— "o livro da vida do Cordeiro" — Apocalipse 21:27]. A punição eterna
será dada em proporção do grau relativo em que o pecado governou em suas vidas.
Em outras palavras, esse julgamento das obras significará que os homens
"morais" não serão julgados de forma tão severa quanto os
extremamente ímpios.
Embora nesse ponto o pecado tenha sido julgado e as
massas de homens não regenerados tenham recebido seu destino eterno, mais
"pontas soltas" precisam ser ligadas. Os dois fatos inevitáveis da
vida humana — os conceitos abstratos da morte e do sepulcro
("inferno" na tradução ACF) — estão finalmente obsoletos e são eles
mesmos (figurativamente) lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:14). Isso é o
que o apóstolo Paulo disse em 1 Coríntios 15:26 — que "o último inimigo
que há de ser aniquilado é a morte".
Em seguida, temos Apocalipse 21:1 (referido anteriormente)
em que o apóstolo João vê "um novo céu e uma nova terra". Já
mencionamos que Deus aparentemente "renovou" a Terra no início do
Milênio e a restaurou à sua beleza original no Éden, de modo o que significa
essa declaração? Acredito que encontramos a resposta em 2 Pedro capítulo 3:
"Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em
ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero; para que vos
lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do
nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador. Sabendo primeiro isto,
que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias
concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que
os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a
antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da
água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as
águas do dilúvio, mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se
reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da
perdição dos homens ímpios. Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia
para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a
sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco,
não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o
ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos,
ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão." [2 Pedro 3:1-10;
ênfase adicionada].
Por que você acha (como eu disse anteriormente) que
precisam ocorrer duas "renovações" da Terra? Observe que o verso 7
refere-se à Terra como estando "guardada
para o fogo até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios" Isso nos dá a estrutura do tempo para
os "novos céus e a nova terra" de Apocalipse 21:1, que serão criados
após o julgamento do Grande Trono Branco de 20:11-15, e no qual os ímpios serão
julgados e punidos.
Em seguida, precisamos compreender que o "dia do
Senhor" (verso 10) refere-se ao período inteiro da Tribulação por meio dos
eventos que ocorrerão após o Milênio. O ponto e vírgula após "O dia do
Senhor virá como o ladrão de noite" separa o início do fim. O dia do
Senhor começará com uma surpresa e terminará com um grande estrondo! Observe
novamente que o verso 7 diz "os céus e a terra estão guardados para o fogo".
Por que Deus reservaria a Terra e sua atmosfera (os céus) para o fogo? Por que
Ele quereria destruí-los, agora que foram restaurados à sua beleza original? A razão é que as impressões
digitais de Satanás estão por toda a parte! Os céus — a atmosfera em volta da
Terra foi a habitação de Satanás e de suas hordas de demônios. Satanás é
chamado em Efésios 2:2 de "príncipe das potestades do ar" E muitos
milhões já demonstraram a horrenda realidade do pecado em suas vidas por meio
da rebelião. A Terra e tudo em volta dela guarda o cheiro da pecaminosidade —
de modo que o próprio conceito de pecado, como a morte e a sepultura, precisam
ser tratados e todos as lembranças deles removidos da existência. Para aqueles
que insistem que as obras do homem são aceitáveis a Deus, notem a frase final,
"... e as obras que nela há, se queimarão.".
No entanto, os eventos descritos no livro do
Apocalipse não estão em ordem cronológica, pois considerar essa posição
causaria muitos problemas intransponíveis na exegese sensata do texto. A
carroça ficaria na frente dos bois e deixaria tudo muito confuso! Um caso em
vista encontra-se no capítulo 21, em que a "cidade santa da nova
Jerusalém", a "noiva do Cordeiro" — refere-se à habitação eterna
da igreja de Jesus Cristo. Tanto a cidade quanto seus habitantes são descritos
usando-se termos "sobrepostos". Além disso, o aparecimento dela —
aparentemente no fim de todas as coisas — causa-nos alguns problemas. Por quê?
Bem, para os iniciantes, Gálatas 3:28 diz:
"Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
As origens nacionais, a classe social, e o gênero não
têm significado uma vez que estamos em Cristo e parece totalmente razoável
concluir que não nos rotularão na eternidade. Assim sendo, os versos 24 e 26
nos dão uma pausa. Esses versos são como segue:
"E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os
reis da terra trarão para ela a sua glória e honra." [Apocalipse 21:24].
"E a ela trarão a glória e honra das nações." [Apocalipse 21:26].
Além disso, o verso 27 nos diz:
"E não entrará nela coisa alguma que contamine, e
cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro." [Apocalipse 21:27].
E a isso acrescentamos estes comentários adicionais do
capítulo 22:
"Bem-aventurados aqueles que guardam os seus
mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na
cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se
prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a
mentira." [Apocalipse 22:14-15].
A partir dessas quatro passagens, concluímos que os
redimidos ("e as nações dos salvos andarão à sua luz") — as
distinções étnicas ainda ativas — bem como "os reis da terra",
estarão entrando e saindo da cidade. E não somente isso, os ímpios estarão de
fora das portas. Tudo isso levado em conta junto leva-nos a acreditar que a
cidade celestial, a nova Jerusalém, será de algum modo acessível a partir da
Terra e disponível aos humanos redimidos (ainda em corpos mortais), durante o
Milênio. Grandes números de pessoas na Terra não serão regeneradas, e farão o
melhor que puderem para esconder seus pecados — mas não terão a permissão de
entrar. Adicionalmente, o verso 2 do Capítulo 22 nos diz que as folhas da
árvore da vida serão para a "saúde das nações". Os homens em corpos
glorificados não terão necessidade de tratar enfermidades! Esse fato somente
deve nos dizer que a estrutura de tempo dessas passagens não as coloca na
eternidade. Além disso, de acordo com a Concordância de Strong, a palavra grega ethnos, traduzida como
"nações" é:
"Provavelmente originária do grego 1486 (etho);
uma raça (do mesmo hábito), isto é, uma tribo; especialmente estrangeira
(não-judaica) — por implicação, pagã: gentio, incrédulo, nação, povo."
Assim, vemos que essa palavra tem mais de uma
aplicação para os gentios do que para os judeus e simplesmente dá maior
credibilidade à nossa premissa. A distinção que identifica as etnicidades será
aplicada durante o Milênio, porque os judeus obviamente manterão sua identidade
racial e todas as doze tribos de Israel serão julgadas e governadas pelos doze
apóstolos [Lucas 22:30]. Assim sendo, os versos 3-8 do Capítulo 21 parecem ser
um parêntese (e citados no tempo futuro) porque obviamente referem-se ao estado
eterno — especificamente, o verso 4 que diz que "não haverá mais
morte".
Alguns mestres conservadores da Bíblia dizem que os
"novos céus e a nova terra" de Apocalipse 21:1, refere-se à renovação
da Terra no início do Milênio, por causa da menção que "o mar já não
existe". Isso, eles acreditam, nos diz que a massa de terra será
grandemente aumentada para acomodar a explosão demográfica. (Obviamente, haverá
muita água doce, pois os mortais precisarão dela para viver.) Esse ensino pode estar correto,
porque o Senhor nos diz no verso 5: "Eis que faço novas todas as coisas" e poderia facilmente
corresponder à passagem em 2 Pedro em que a Terra é renovada pelo fogo.
Entretanto, parece claro que dois eventos separados estão em vista — um no
início e outro no fim dos mil anos.
Bem, tanto quanto posso determinar, há mais uma ponta
solta a juntar. Vimos como o Milênio terminará e como a eternidade começará. O
reinado milenar de Jesus Cristo chegou agora ao fim e alguma reorganização
divina precisa ser feita. Davi, o suave salmista de Israel, fez a seguinte
afirmação profética:
"Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha
mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés." [Salmos 110:1].
Todos os inimigos foram finalmente colocados por
escabelo e receberam seu destino eterno. Durante esse tempo, Cristo esteve à
mão direita de Deus, o Pai e Soberano sobre todas as coisas. Colossenses 1:18
diz que "para que em tudo tenha a preeminência" e para isso ser o
caso parece razoável concluir que Deus, o Pai, e Deus, o Espírito Santo,
precisam concordar. Por essa razão, acredito que presentemente a Trindade está
de certa forma em "desequilíbrio" — com o Filho de Deus recebendo a
honra e glória que lhe é devida por causa da magnitude de seu sacrifício na
cruz. Mas, assim que o reino terreal chegar ao fim, isso precisará ser
corrigido e acredito que é o que vemos na seguinte passagem:
"Porque, assim como todos morrem em Adão, assim
também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as
primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver
entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e
toda a potestade e força." [1 Coríntios
15:22-24].
Nosso Senhor aniquilou todos seus adversários e agora
é o momento de entregar o reino a Deus, o Pai. Uma vez que isso for feito e a
divindade reverter à sua condição anterior à criação, o tempo deixará de
existir e todos os redimidos experimentarão o estado eterno do "presente
contínuo".
Para encerrar, achamos apropriado citar Apocalipse
21:2-4 — a bendita esperança que temos em Cristo:
"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui
o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu
povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus
olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário