sábado, 9 de setembro de 2017

O FIO PARA CIMA

O FIO PARA CIMA


Na solidão, bem  no  interior  da  selva,  vivia  uma  velha
aranha.  Estava  acomodada,  contente  consigo    mesma    e
conformada com as moscas, mosquitos  e  outros  insetos  que
ficavam  presos  em  sua  teia,  fornecendo-lhe  o  sustento
necessário à sobrevivência.

Certo dia, entretanto, essa velha aranha  recebeu  a  visita
inesperada de uma jovem neta.  Ao  penetrar  no  mundo  onde
vivia a avó, ficou pasmada com o tipo de vida tão  primitiva
que esta levava. Diante do espanto da sua terceira  geração,
a vovó argumentou:

-- O que preciso mais? A sombra é boa, o  orvalho  da  manhã
bem fresquinho e a teia habilmente estendida! Com tudo isso,
a minha vida está segura.

-- Mas vovó, o mundo lá fora mudou muito.  Perdida  aqui  no
coração desta selva, você não se apercebeu que hoje  tudo  é
diferente. Nova mentalidade, reformas  e  racionalização  de
tudo é a tônica do momento.

A neta deixou a avó depois  de  alguns  dias,  mas  as  suas
observações  ficaram  soando  ainda  aos  ouvidos  da  velha
aranha. Ela, que sempre fora tão calma, começou a agitar-se.
Não lhe fez bem ouvir que estava ficando desatualizada e que
seus métodos  eram  antigos  e  ultrapassados;  isso  acabou
definitivamente com o seu sossego. Em  face  de  tudo  isto,
tratou de inspecionar toda a sua fabricação, para ver o  que
poderia ser reformado e modernizado. Examinou cuidadosamente
todos os fios que completavam a sua teia e notou que  nenhum
deles era inútil nem supérfluo.  Todos  eles  eram  precisos
para a sua existência.

Mas, e aquele fio que vai direto para cima?! -- pensou  ela.
Para que serve, afinal? Nunca inseto algum enrolou nele! Sem
melhor raciocinar e ponderar sobre o assunto, cortou o  fio.
Nesse instante, para a sua completa surpresa,  toda  a  teia
desabou. Era aquele,  justamente,  o  fio  mais  importante,
porque ele sustentava toda a sua teia. Desse único fio  para
cima dependia tudo e a velha aranha, experiente  e  tão  bem
vivida,  ainda  não  havia  se  apercebido  desse  fato   de
importância vital.

Ainda hoje, homens e mulheres  experientes  e  informados  a
respeito de tudo quanto lhes cerca, não  sabem  que  do  fio
estendido para cima, até tocar o infinito,  depende  toda  a
nossa existência aqui e no além,  porque  ele  representa  a
nossa comunhão com Deus. É ele que mantém  o  equilíbrio  da
nossa vida. É ele ainda que não  permite  o  desabamento  do
nosso  físico,  espírito  ou  personalidade,    quando    as
catástrofes procuram nos destruir  por  todos  os  meios  de
ação. A firmeza, felicidade e  prosperidade  da  nossa  vida
aqui na terra dependem  da  ligação  diária  e  perene,  que
mantivermos com o nosso Deus.

"Une-te, pois, a ele e tem paz, e assim te sobrevirá o  bem.
Tu orarás a ele e ele te ouvirá" (Jó 22.21, 27).

"Mas, se andarmos na  luz,  como  ele  na  luz  está,  temos
comunhão uns com os outros. e o sangue de  Jesus  seu  Filho
nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).

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