O
FIO PARA CIMA
Na solidão, bem no interior da selva, vivia
uma velha
aranha. Estava acomodada, contente
consigo mesma e
conformada com as moscas, mosquitos e outros insetos
que
ficavam presos em sua teia, fornecendo-lhe
o sustento
necessário à sobrevivência.
Certo dia, entretanto, essa velha aranha recebeu a visita
inesperada de uma jovem neta. Ao penetrar no
mundo onde
vivia a avó, ficou pasmada com o tipo de vida tão primitiva
que esta levava. Diante do espanto da sua terceira geração,
a vovó argumentou:
-- O que preciso mais? A sombra é boa, o orvalho da manhã
bem fresquinho e a teia habilmente estendida! Com tudo isso,
a minha vida está segura.
-- Mas vovó, o mundo lá fora mudou muito. Perdida aqui no
coração desta selva, você não se apercebeu que hoje tudo é
diferente. Nova mentalidade, reformas e racionalização de
tudo é a tônica do momento.
A neta deixou a avó depois de alguns dias, mas
as suas
observações ficaram soando ainda aos
ouvidos da velha
aranha. Ela, que sempre fora tão calma, começou a agitar-se.
Não lhe fez bem ouvir que estava ficando desatualizada e que
seus métodos eram antigos e ultrapassados;
isso acabou
definitivamente com o seu sossego. Em face de tudo
isto,
tratou de inspecionar toda a sua fabricação, para ver o que
poderia ser reformado e modernizado. Examinou cuidadosamente
todos os fios que completavam a sua teia e notou que nenhum
deles era inútil nem supérfluo. Todos eles eram
precisos
para a sua existência.
Mas, e aquele fio que vai direto para cima?! -- pensou ela.
Para que serve, afinal? Nunca inseto algum enrolou nele! Sem
melhor raciocinar e ponderar sobre o assunto, cortou o fio.
Nesse instante, para a sua completa surpresa, toda a teia
desabou. Era aquele, justamente, o fio mais
importante,
porque ele sustentava toda a sua teia. Desse único fio para
cima dependia tudo e a velha aranha, experiente e tão bem
vivida, ainda não havia se apercebido
desse fato de
importância vital.
Ainda hoje, homens e mulheres experientes e informados
a
respeito de tudo quanto lhes cerca, não sabem que do
fio
estendido para cima, até tocar o infinito, depende toda a
nossa existência aqui e no além, porque ele representa
a
nossa comunhão com Deus. É ele que mantém o equilíbrio da
nossa vida. É ele ainda que não permite o desabamento
do
nosso físico, espírito ou
personalidade, quando as
catástrofes procuram nos destruir por todos os
meios de
ação. A firmeza, felicidade e prosperidade da nossa
vida
aqui na terra dependem da ligação diária e
perene, que
mantivermos com o nosso Deus.
"Une-te, pois, a ele e tem paz, e assim te sobrevirá o bem.
Tu orarás a ele e ele te ouvirá" (Jó 22.21, 27).
"Mas, se andarmos na luz, como ele na
luz está, temos
comunhão uns com os outros. e o sangue de Jesus seu Filho
nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).
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