sábado, 9 de setembro de 2017

QUEM AMA CORRIGE

QUEM AMA CORRIGE

"Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho;  mas  quem  o
ama, a seu tempo o castiga" (Provérbios 13.24).

Um escritor  francês  comentou  em  uma  das  suas  obras  a
respeito da educação e orientação dos filhos, a propósito da
tão controvertida  educação  moderna.  Contou,  à  guisa  de
ilustração, a seguinte história:

Um crinninoso levado à  barra  do  tribunal,  depois  de  um
prolongado e tumultuado julgamento, foi condenado  a  quinze
anos de trabalhos forçados.  Procurando  manter-se  calmo  e
resignado, ouviu de pé a leitura da sua sentença. Depois  de
concluída,  ele,  pedindo  permissão  para  se   pronunciar,
dirigiu ao plenário e  autoridades  presentes  as  seguintes
palavras:

"Eu perdôo aos juízes a sentença que  acabam  de  pronunciar
contra mim porque o seu julgamento fundamenta-se na  justiça
e no direito. Também perdôo  à  promotoria  a  sua  enérgica
acusação, a bem da  ordem  social  aos  crimes  que  cometi;
cumpriu o seu papel e o seu  dever.  Perdôo,  outrossim,  as
testemunhas  que  depuseram  no  processo,  porque   falaram
somente a verdade. Perdôo  os  policiais  que  em  breve  me
conduzirão para  o  degredo,  porque  eles  executam  ordens
recebidas. Assim, não seria razoável acusar  nenhuma  destas
pessoas pela minha  condenação;  receberei  a  punição  como
consequência  lógica  dos  males  que  pratiquei  e,   nesse
particular, eles não tiveram a menor parcela de culpa e  nem
qualquer participação, direta ou indireta,  em  qualquer  um
dos crimes cometidos por mim.

Entretanto, há neste recinto  um  homem  a  quem  eu  jamais
poderei perdoar. E este homem, senhores, pasmem todos,  é  o
meu próprio pai que está sentado daquele lado  (com  o  dedo
indicador, apontou para o desditoso senhor,  que  compareceu
ao julgamento do filho).

Se meu pai houvesse me orientado corretamente, corrigindo-me
e até me castigando quando na minha adolescência e juventude
procedia mal; se não houvesse me  criado  a  rédeas  soltas,
cedendo a todos os meus caprichos; se houvesse me ensinado a
escolher, selecionar as  minhas  amizades,  eu  não  estaria
agora neste banco de réus porque seria um homem de bem.  Por
isso repito que perdôo a todos, mas não perdôo a meu próprio
pai."

Esta declaração do réu, que não sabem ser real ou  fictícia,
pode nos parecer  impiedosa,  irreverente  e  até  atrevida,
porém, não poderá  jamais  ser  classificada  de  mentirosa.
Verdadeira ou imaginária, a história deixa  entender  que  o
jovem falava em nome de centenas de outros rapazes  e  moças
do passado e muito mais do presente,  que  sofrem  as  duras
consequências de uma orientação frouxa e desequilibrada.

Se  Deus  na  sua  infinita  misericórdia  e   longanimidade
"corrige ao filho que ama" por que  os  pais  hodiernos  não
seguem esse exemplo?

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