A Parábola da Candeia – Marcos
4:21-25
21 E disse-lhes: Vem, porventura, a
candeia para ser posta debaixo do cesto ou debaixo da cama? Não vem, antes,
para se colocar no velador?
22 Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz
para ficar oculto, mas para ser descoberto.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.
24 E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que
medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada.
25 Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não
tem, até o que tem lhe será tirado.
É a 16ª parábola das trinta proferida
por Jesus, na ordem em que elas se encontram na Bíblia.
"E disse-lhes:
Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama?
não vem antes para se colocar no velador? Porque nada há encoberto que
não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser
descoberto".
Candeia era uma espécie de lamparina,
mas que tinha a mesma finalidade: iluminar. Representa a vida cristã, ou,
representa a vida de cada cristão em particular. Primeiro porque precisamos
sempre carregar o combustível para que haja fogo, luz. Segundo porque devemos
resplandecer a luz do Evangelho de Cristo neste mundo de trevas. Terceiro
porque não devemos ter uma luz escondida –
“Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem
o vosso Pai, que está nos céus.” Mt 5:16 .
A segunda parte da parábola é a que tem
a maior importância, segundo palavras do próprio Mestre. É a parte
que diz que aquilo que fizermos em oculto haverá de vir à luz. O
Evangelho tem essa característica, toda maldade é por ele revelada, exposta.
Há detalhes da revelação do Plano do
Evangelho que muitos não gostariam que estivesse ali, na Bíblia. Mesmo estando
lá, procuram ignorá-los no vão intento de que eles não sejam totalmente
verdade. Este detalhe, revelado nesta parábola é uma verdade que muitos
gostariam que não tivesse sido proferida por Jesus.
- Porque nada há encoberto que não haja
de ser manifesto. O plano de Deus é que seus servos sejam transparentes em suas
atitudes e em suas intenções. A Bíblia nunca deixou de revelar as fraquezas, os
tropeços, os erros e os pecados do povo de Deus, especialmente daqueles que são
considerados heróis da fé.
O Senhor é um Deus que tolera, que
perdoa, que renova, que oferece a possibilidade de reconciliação, mas não tem
ao culpado por inocente, em nenhum momento. A nova teologia que temos
visto em nossos dias, aflora a idéia de um Deus que não leva em conta
nada que tenhamos feito de errado, mas que simplesmente nos ama e pronto. Temos
visto, especialmente na América do Norte, mas já com raízes aqui no Brasil, a
teologia que diz que Deus não apenas ama incondicionalmente, mas que nos ama
furiosamente, como afirma o escritor americano Brennan Manning em seu livro: O anseio furioso de Deus.
Dizer que Deus apenas nos ama
incondicionalmente, segundo ele, é ter de Deus a imagem do Pai da parábola do
Filho Pródigo. Aquele pai que nos ama mas que nos espera voltar. Dizer que Deus
nos ama furiosamente implica em ter de Deus uma imagem que vai além. Trata-se
de um Deus que sai ao nosso encontro e que não descansa enquanto não nos
encontra, esteja onde e como estivermos, e nos traz de volta para Ele, sem se
importar onde tenhamos ido e o que tenhamos feito. Isto é verdade, em termos.
Ao pecador, caído na lama, Ele não lhes imputa o pecado. A quem já provou da
graça e por ela foi iluminado, existe uma responsabilidade. O amor continua o
mesmo, mas haverá cobranças. Não se pode abusar da graça e nem achar que ela é
cega.
Jesus nos revela nesta parábola que
Deus espera de cada um de nós, especialmente daqueles que trabalham em seu
Reino, que sejamos como uma candeia no velador para que todos possam ver
irradiar através de nosso testemunho e de nosso comportamento a santidade de
Deus e a beleza de sua doutrina –
“não defraudando;
antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da
doutrina ide Deus, nosso Salvador.” Tt 2:10 .
Fomos constituídos por Deus para sermos
luzeiro, para irradiarmos Sua luz, Seu amor, Sua graça, mas também, Sua
santidade, Sua pureza. Ter um bom testemunho perante a Igreja de Cristo e
perante a sociedade é uma recomendação amplamente encontrada na Palavra
de Deus, a Bíblia -
E eles disseram:
Cornélio, o centurião, varão justo e temente a Deus ne que tem bom testemunho
de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse
a sua casa e ouvisse as tuas palavras. At 10:22 ;
E um certo Ananias,
varão piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que
ali moravam,At 22:12 ;
Convém, também, que tenha bom testemunho dos
que estão de fora, fpara que não caia em afronta e no laço do diabo.1Tm 3:7
Ninguém despreze a tua
mocidade; lmas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza 1Tm 4:12 ;
Em tudo,
te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade,
sinceridade, Tt 2:7 .
E, Cristo se importa tanto com isso que
nos advertiu que se vivêssemos em duplicidade, aquilo em nós que for reprovável
e que estiver sendo feito às escondidas virá à luz. Em outro texto Ele disse
que o que foi feito nos recônditos do teu quarto ou gabinete se noticiará sobre
os telhados –
Porquanto tudo o que em trevas dissestes à luz será
ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado
.Lc 12:3
A parábola da candeia, é curta e
simples, mas contém uma revelação preciosíssima. Consideremos que Jesus não
tinha por hábito desperdiçar palavras, certamente Ele queria que levássemos
muito em conta a importância de nunca nos tornarmos tropeço/escândalo para o
Evangelho. Descuidar no comportamento, para quem vive a difundir o Evangelho,
pode servir ao inimigo para desfazer tudo o que a pessoa construiu ao longo de
anos e até mesmo de décadas.
Feliz é aquele que pode dizer, como
Paulo: "Combati o bom combate..." , em outro sentido é como se ele
quisesse dizer: fui até o fim sem dar ao inimigo motivos para zombar do
Evangelho por causa de algum deslize em meu comportamento.
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